Numa noite escura qualquer
Maria saiu de casa as pressas, à pé
Não quis pegar o carro
Teve medo do vei Queler (pai)
Que abre mesmo o verbo
E faz um escarcer
E se as filhas chegam tarde
É confusão pra quem quiser.
Maria foi à festa
Pois, tava namorando escondido
Conheceu um belo rapaz
Que deixou seu coração enchavido
Tava muito apaixonada
E por ele corria perigo.
O que Maria não se lembrava
Era que seu pai levantava a noite inteira
E ela na pressa pra sair
Se enfiou numa confuseira
Esqueceu a chave de casa
Tava feita a desgraceira.
O vei trancou a porta
E armou a ratoeira.
Quem manda ser desobediente
E querer viver de molequeira?
Agora vai ficar do lado de fora
Sem era e nem bera
Até que Queler abra a porta
E a encontre de bobeira
E com o cinto grosso e de sola
Corte suas canelas inteiras.
André Santos Silva
Comentário:
Foi muito legal compor esse texto. Fiz com o objetivo de trabalhar com os meus alunos do 5º ano, a confiança diária, o falar a verdade: valores que adquirimos e construímos com bons exemplos.