sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Poema: Sangue




O sangue que corre 
Em minhas veias
É sangue bom
Não me trapaceia

O sangue que corre 
Em minhas veias
Pode ser que me trapaceie
Mesmo assim,
É sangue cheio de gana
De raça, 
E é bacana.

É sangue latino, 
É americano 
E se por um instante
Deixar de ser sangue
Também deixa de ser vida,
Que deixa de ser vivida,
E deixa de ser vívida.

O sangue que corre
Em minhas veias
Talvez seja da cor da emoção
Da raça, da força 
E do traquejo do coração.

Esse sangue aqui
É aquele mesmo lá
Do outro que sofre e sorri
Vive e luta.

Não importa se é azul, preto,
Vermelho, amarelo, pardo,
Índio, caboclo ou mameluco
O sangue corre 
Até que  a vida se finde,
E busca o seu percurso.

E se mais tarde, 
Parar e coagular
O sangue foi 
E sangue sempre será
E jamais viveu sozinho
E no corpo de todos
Procurou o seu caminho.

Somos gente de sangue,
Raça, força e fé
Somos gente de sangue no olho
E não se pode negar o que é
Somos gente irmã
E venha o que vier.
              André Santos Silva


Cometários do autor

   Somos todos iguais, formados da mesma estrutura física. Como diz a escritora Rachel de Queirós em uma de suas crônicas - Riqueza - "Somos feitos da mesma estrutura óssea. Somos um saco de pele e osso. Se dentro dele pouco valemos, imagine fora".