O sangue que corre
Em minhas veias
É sangue bom
Não me trapaceia
O sangue que corre
Em minhas veias
Pode ser que me trapaceie
Mesmo assim,
É sangue cheio de gana
De raça,
E é bacana.
É sangue latino,
É americano
E se por um instante
Deixar de ser sangue
Também deixa de ser vida,
Que deixa de ser vivida,
E deixa de ser vívida.
O sangue que corre
Em minhas veias
Talvez seja da cor da emoção
Da raça, da força
E do traquejo do coração.
Esse sangue aqui
É aquele mesmo lá
Do outro que sofre e sorri
Vive e luta.
Não importa se é azul, preto,
Vermelho, amarelo, pardo,
Índio, caboclo ou mameluco
O sangue corre
Até que a vida se finde,
E busca o seu percurso.
E se mais tarde,
Parar e coagular
O sangue foi
E sangue sempre será
E jamais viveu sozinho
E no corpo de todos
Procurou o seu caminho.
Somos gente de sangue,
Raça, força e fé
Somos gente de sangue no olho
E não se pode negar o que é
Somos gente irmã
E venha o que vier.
André Santos Silva
Cometários do autor
Somos todos iguais, formados da mesma estrutura física. Como diz a escritora Rachel de Queirós em uma de suas crônicas - Riqueza - "Somos feitos da mesma estrutura óssea. Somos um saco de pele e osso. Se dentro dele pouco valemos, imagine fora".