Só não vai quem já morreu"
E na boca do povo que observa
Só não passa quem nunca viveu.
A gente tem o hábito
De todas as coisas comentar
É um flash na vida alheia
Mas se esquece que vive lá
Sob os olhares de grandes especialistas
Na infinita arte de curiar.
Tem gente que só vive disso e acha belo
Não consegue se controlar
Mas nega tudo e ainda diz ser sincero
Garante que não gosta de comentar
Por fora é um túmulo silencioso
Por dentro guarda tudo generoso
E espera a hora de evacuar.
Aquele que se acha esperto falador
Que tem sob sua mira o doutor
Ou qualquer pessoa que por ali passou
Se esquece que nessas aventuras de "curiação"
Há gente que se enrola na língua
E se envolve em confusão
Logo, após a muvuca felina
Num quer saber de comentar mais não.
Mas como a fala é um dom da língua
E um elemento da comunicação
De vez em quando o falador solta um pitaco
Que vem de dentro feito comichão
Aí, pode sair de baixo
Que é problema que não tem solução
Porque quando a língua coça dentro da boca
E quando o assunto passa à frente, corre à solta
Não há quem segure esse caminhão.
E o povo fala!
André Santos Silva
Comentários do autor
A fala é um dos elementos que diferenciam o homem dos demais animais. Por meio dela podemos estabelecer uma comunicação e interagir com os demais seres humanos.
No entanto, é importante que cada um ao fazer uso da mesma, tenha cuidado, até mesmo pela empolgação da comunicação, para não extrapolar e romper as barreiras conhecidas como limites. Afinal, quem produz a fala, torna-se responsável pelo que fala!
