domingo, 8 de dezembro de 2013

Lançamento do Livro Poesia Nossa de Todo Dia


Professor e alunos do 5º ano da Escola Nelson José de Oliveira lançam livro de Poesia


   Na última terça-feira, 03 de dezembro de 2013, o professor André Santos Silva e os alunos do 5º ano da Escola Nelson José de Oliveira realizaram no Clube Social – Alfredo de Souza Gama – em Maiquinique, uma programação cultural para lançamento do livro Poesia Nossa e Todo Dia. Essa programação contou com a participação dos alunos, seus familiares, professores, diretores, funcionários da escola e convidados especiais.
   A programação realizada foi bem eclética. Inicialmente o professor fez a abertura solene e explicou sobre o surgimento do projeto. Em seguida foi apresentada à comunidade presente a obra literária produzida pelos discentes. Ainda dando continuidade, professor, alunos, grupo de teatro e alguns convidados apresentaram diversas atividades. Entre elas, foram realizadas dramatizações com músicas antigas e atuais mostrando a beleza da poesia existente nas mesmas. Essas apresentações giraram em torno dos cantores Amado Batista, Elis Regina, Adoniran Barbosa, Cássia Eller, Trio Parada Dura, Léo Canhoto e Robertinho, MC Serginho, Almir Rogério, Tribalistas e o Grupo SPC.
   Durante o trabalho, houve alguns momentos de destaque. O primeiro foi o toque de humor que girou em torno do poema de cordel Zé do Gole, apresentado pelos jovens Vaniel, Davi e Tarcísio. Outro momento importante foi a execução de poesias cantadas pelos alunos, professor André Santos Silva e os convidados especiais Gilberto Souza (violonista) e Samuel Fonseca (baterista). Relembraram grandes poetas como Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes, os cantadores de cordel, Caju e Castanha e alguns cantores. Entre eles o Rei Roberto Carlos.

Programação

   A programação teve início com o professor André Santos Silva dando algumas orientações para que o público participasse das atividades. Confira a seguir algumas imagens das atividades realizadas.


Abertura do Evento
   Poesia da vida: amar simplesmente por amor
Em seguida explicação do surgimento do Projeto: “Livro Poesia Nossa de Todo Dia”.






Momento Cultural
Apresentação do Cordel Zé do Gole: Texto escrito pelo professor André Santos Silva



Dramatização da música de Amado Batista: Morro de ciúmes dela




Dramatização da música de Adoniran Barbosa: Tiro ao Álvaro





Dramatização da música de Cássia Eller: Partido Alto




Dramatização da música do Trio Parada Dura: Boi Tufão




Dramatização da música de MC Serginho: Eguinha Pocotó





Dramatização da música de Almir Rogério: Motoqueiro





Dramatização da música de Léo Canhoto e Robertinho: Rock Bravo





Declamação de poesias pelos alunos: autoria própria (textos do livro lançado)

Bruno

Didiezlem

José Henrique

Rebeca

Pedro Henrique

Tamile

Apresentação do poema Papo e diversão: André, Vaniel, Davi e Tarcísio - texto do professor André Santos Silva





Apresentação de poemas cantados: André, alunos do 5º ano, Samuel Fonseca e Gilberto (textos de Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes...)



Participação da plateia no recital do cordel dos cantores Caju e Castanha










Momento do lançamento do livro
Discurso do Professor André Santos Silva e da Diretora da Escola Nelson José de Oliveira, Edna Lima





Homenagem aos familiares 




O surgimento do projeto

   Durante o ano letivo de 2013 os alunos do 5º ano tiveram acesso a diferentes tipos de textos. Foram estudados conto e conto de fadas, crônica, texto argumentativo, receita, história em quadrinhos, charge, texto instrutivo, entre outros.
   De repente, como num instalar dos dedos, surgiu a grande ideia: vamos construir um livro!
   E o processo? Ah! Esse tal processo deu pano pra manga.
   Inicialmente foram trabalhadas em sala de aula algumas propostas que incentivaram os alunos a criarem gosto pela leitura. Muitos autores de grande influência da Língua Portuguesa foram apresentados aos alunos. Entre eles Monteiro Lobato, Vinícius de Moraes, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Olavo Bilac. 
   O segundo passo foi incentivá-los a produzir os textos. Uma etapa considerada dificílima. O fato é que com os exercícios a obra aos poucos foi surgindo e o projeto acontecendo.
   Após essa etapa, teve início a fase de correção dos textos e reconstrução dos mesmos. Depois, a impressão e organização do material gráfico.

Poesia
Por Ana Lucia Santana

   A poesia é a tradução em palavras do universo desconhecido das emoções, é uma esfera pouco compreendida, que tenta muitas vezes transmitir significados nas entrelinhas dos versos. Este edifício constituído pela magia das palavras revestidas de sonoridades, estruturas rítmicas e visuais, por significações latentes, desvela a alma humana, dá espaço para que ela expresse suas inquietações e anseios interiores.
   Os poemas  pulsam e vibram com uma vitalidade específica, comunicando ao leitor a própria essência da linguagem. Neles as palavras se combinam compondo sintaxes, ou seja, um quebra-cabeça onde cada peça se encaixa perfeitamente, mas sempre pode ser combinada de outra forma, criando e recriando novas possibilidades.
   O poeta  cria com a matéria-prima da imaginação, extraindo de si todas as probabilidades latentes, mas ele não se atém apenas à criatividade diante da página em branco; ele explora todos os mecanismos disponíveis, recorrendo à riqueza da linguagem, ao universo gramatical, a todas as faces oferecidas pelas palavras, que são arduamente lapidadas, como uma pedra bruta antes de se transformar em diamante. Sem disposição para este trabalho exaustivo, o escritor não logrará sucesso.
   O processo de criação de um poema  leva em conta as sonoridades, pulsações e ritmos que o poeta deseja alcançar, a imagética que ele pretende reproduzir, as significações que devem ser elaboradas. É como selecionar os mais aproveitáveis entre inúmeros grãos que serão escolhidos pelo chefe de cozinha e, posteriormente, depurados e consumidos. Dependendo do momento em que a poesia é gerada, seu autor pode estar em êxtase, optando inconscientemente por esta ou aquela frase, ou totalmente consciente de suas escolhas. 
   O bom poema é inesgotável, oferece sempre ao leitor novas leituras, diferentes pontos de vista, sentidos os mais diversos, bem como várias sonoridades e imagens. Os versos podem ser mínimos, sugerindo amplas significações, muito próprios da estética do Modernismo, ou longos e extensos. Portanto, alguns primarão por algo sintético, mais condensado; outros, pela verborragia.
   Os versos se apresentam sempre inseridos em grupos conhecidos como estrofes. Estas podem ser compostas pela mesma métrica de sílabas poéticas – as homogêneas - ou apresentar medidas distintas – as heterogêneas. Alguns poemas revelam uma divisão silábica mais formal e rigorosa, quase matemática, perfeitamente rimada, como os clássicos.
   Já os modernistas optam por uma informalidade maior, adotando os versos livres ou brancos. É importante ter em mente que as sílabas poéticas não coincidem necessariamente com as gramaticais, pois o que vale aqui é o som, não o estilo gráfico da poesia. 
   A liberdade dos versos elaborados pelos modernistas não rouba do poema sua sonoridade, a estrutura rítmica, pulsações e tons que podem ser percebidos claramente ao se interpretar em voz alta a poesia em questão. Também não se pode dispensar dos autores modernistas o quesito técnica, pois suas obras foram elaboradas tão arduamente quanto as produzidas no período clássico.

Fontes: Amaral, Emília; Severino, Antônio; Patrocínio, Mauro Ferreira do. Novo Manual Nova Cultural. Nova Cultural e Círculo do Livro, São Paulo, 1996. http://www.infoescola.com/literatura/poesia/




Poema
Zé do Gole: Capítulo I

Ô, Zé, vem cá!
Sou muiê, e não seu aventá.

Pensa que eu num sei
Qui cê tá de oi na dondoca
Aquela magrela sem qui fazê
Muié feia das perna torna?

Quando nóis se casemo
E tu me jurou eterno amor
O que disse na igreja cheia
O tempo já apagou?

Ô, Zé, vem cá!
Qui vô acertá nossas conta
Hoje ocê toma jeito de home
Se não, num tem cumida pronta.

Ocê não me falô das cueca rajada
Isso eu té qui tolero
Mas vê ocê dia e noite
Ficano esse home amarelo
Socado no mei da bebida
Esse tipo de marido num quero.


Ô, Zé vem cá!
Qui vô resovê nossas vida
Ô ocê deixa esse mau custume
Ô eu acabo com sua vida.
                       André Santos Silva


Agradecimento

   Ao nosso Deus, Criador do céu e da terra, obrigado pela capacidade de pensar e agir conforme Sua vontade;
   Aos meus familiares, em especial Andréia, Antônio e sobrinhos, pela presença e doação;
   Aos pais dos meus alunos, pelo empenho e apoio nessa caminhada educativa;
   Aos visitantes, obrigado pela presença marcante;
   Ao grupo e diferentes segmentos da Escola Nelson José de Oliveira, obrigado pela dedicação constante;
   A diretora Edna Lima e Damaris, Secretária, obrigado pelo apoio e compreensão;
   Aos meus amigos Plínio, Vaniel, Davi, Tarcísio, Daniel, Samuel Fonseca, Gilberto, Jardel Boy, Jader, Iza, Zé Folia, Padre Reinaldo, Nalva Ferraz, Romilton Jardim, Mylena  (minha namorada), Valéria Messias, Moacir, Professor Ivan e Ismael, aluno do 3º ano, muito obrigado!
   E em especial aos meus poetas de plantão – meus alunos do 5º ano – muito obrigado pela brilhante atividade que vocês me proporcionaram. Sinto-me lisonjeado por ter dirigido tão sonhado espetáculo em que vocês demonstraram ser estrelas na arte de apresentar. 


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