quarta-feira, 16 de abril de 2014

Poema: Coração malandro



O coração da gente,
Às vezes, é um bicho estranho
Mia mais que gato no cio
Ou cachorro que fica babando.

O coração da gente, de vez em quando,
Fica marrento e dá calundu
E quando decide criar birra
Fica duro, tal qual murundu
Faz um furdunço dentro do peito
E se precisar pulsa sem jeito,
Tonteia a alma e sem calma
Arrasta e derruba o sujeito. 

Depois do cara caído
O coração vira anjo
E se sente arrependido
Passa a viver pelos cantos
Escabreado como bandido
Mas logo se revigora
E o passado é esquecido.

Quer ver sofrimento medonho
É quando o danado se apaixona
Ele faz o sujeito perder as forças 
E a coisa logo desanda
Enquanto isso, o homem sofre
E tira pinta de bacana.

Contudo, é bom ter um coração
Mesmo que às vezes sinta vontade
De colocá-lo num canto, no chão
Para que ele aprenda mais cedo
A não tirar onda de machão
Que tenha cuidado dobrado na vida
E não se meta em confusão.
                         André Santos Silva


Comentários do autor

   O coração é um órgão do corpo humano responsabilizado pelas nossas atitudes diárias. As nossas emoções, sentimentos e reações: afinal quem paga o pato é o coração. Se o indivíduo é bom, diz-se logo, esse cara tem o coração bom. E assim, vice e versa.