sábado, 26 de outubro de 2013

Poema: Café



Sou Maria, 
nasci num dia comum
os raios de sol me iluminavam 
e a minha vida acontecia.

Igual a toda criança
eu me desenvolvi, brinquei,
tive uma boa infância
e um dia cresci.

Aos trinta me casei,
aos poucos fui me entristecendo
o motivo eu bem sei:
estava envelhecendo.

Não julguei o quão importante
era esse momento que eu vivia,
a tristeza tomava conta
e eu, logo, desfalecia.

Para aumentar o desespero
tive que raspar o cabelo,
e sofrer uma grande agonia 
com o coração cheio de medo,
sentia força e desejo
de viver o que eu tinha.

O tempo foi passando
e eu aos poucos me curando,
dei cabo àquela patologia
e ainda me livrei
das neuroses que eu vivia.

Depois de algum tempo
vivo a vida como ela é
e vejo como é mágico e divino
sentar à mesa com os meus filhos
e tomar um simples café.
                         André Santos Silva


Comentários do autor

   A felicidade de todos os seres humanos está nos mais simples acontecimentos do nosso dia a dia. Quando acordamos e vemos a luz do sol; quando respiramos o ar que nos rodeia; quando sentimos o organismo são, sem dor e sem nenhum incômodo; quando temos o pão em nossa mesa; quando passamos o feriado em casa com os nossos; quando vamos à igreja; quando encontramos um amigo; enfim (...)
   Somos felizes e não há dinheiro que pague o prazer de poder estar vivo, bem e tomar um simples café.