terça-feira, 30 de junho de 2015

Poema: Fome



Sentimos fome ultimamente
De tantas coisas em nosso país:
Um conserto, uma mudança no sujeito,
Uma vida que ande livre, feliz 
Sem causar tantos efeitos.

Não surgem novidades
Nem bons tempos de esperança
E a cada dia que se passa
As consequências são tantas.

Sentimos fome de ter fome
Até nosso apetite se acalmou
E a vida que há pouco sonhávamos
Parece que o vento levou.

Vivemos um tempo permissivo,
Perdemos a sede de justiça
Em casa somos presos e reféns
De uma nova sociedade da cobiça.

Com isso a vida passa,
Sofre e sempre é desvalorizada.
O destino vem como tiro certeiro
E de nós arranca grandes gargalhadas.

Precisamos sentir fome novamente,
Apostar na vida para que ela sempre renasça
Esquecer das tolices que sempre nos cercam
E vivermos uma vida sem trapaças.

Sentimos ultimamente muita fome 
E tomara que o nosso ânimo não se desgaste
Assim olharemos o presente com esperança
E teremos abundância de justiça em toda parte.
                                                            André Santos Silva


Comentários do autor

    O tempo passa e com ele parece que envelhece a nossa força. Isso se dá por conta das mazelas que vemos diariamente em nossa sociedade. Muitas vezes nos sentimos vencidos e sem forças para continuarmos as lutas. Como diz Carlos Drummond de Andrade "SÓ É LUTADOR QUEM SABE LUTAR CONSIGO MESMO"
    Então, mesmo diante dos percalços da nossa rotina, precisamos nos encher a cada dia com a necessária fome que nos impulsiona às grandes lutas. Assim, venceremos a nós mesmos e o desânimo não será considerado um grande vilão. Vistamos a nossa armadura e enfrentemos as nossas batalhas.