Não é sempre, mas, às vezes
O corpo pagaPor aquilo que o coração sente
E quase sempre
A gente se arrepende,
E chega até ficar doente,
Sofre e deixa de se sentir gente...
Foge, se esconde, surta,
Mas logo se esquece de tudo,
Se arrisca na doce labuta,
E corre atrás do perigo
Que vira de novo uma nova busca.
Mais uma vez,
Outra vez
E de novo
O coração trai o corpo
E se joga numa paixão:
Aí num há conselho,
Nem remédio que dê jeito.
O que cura a dor do sujeito
É a decepção sofrida
Recolhida e viva lá dentro do peito.
Dessa vez, o corpo desconta
A alma se alia
E deixa a estrutura tonta.
O coração chora, esperneia
Mas logo, e de novo, e outra vez
Se restabelece
E o corpo passa a viver como refém
Desse ingrato sujeito
Que sempre arruma um novo jeito
De se apaixonar.
André Santos Silva
Comentários do autor
Dizem que só é normal quem se apaixona. Mas venhamos e convenhamos: ôh, trem sem jeito!
Alguns são mais fortes, outros vivem e sofrem como se o mundo, naquele instante, perdesse todo o sentido. Outras tratam esse momento como "uma paixão avassaladora" que derruba o "apaixonado" e o faz perder o equilíbrio.
Apaixonar é bom. Mas o bom mesmo é rir das paixões e das bizarrices que surgem ao longo dessa fantástica aventura de nossa vida.
Assim, pode-se afirmar que apaixonar é bom, mas é importante salientar que "paixão é coisa de gente sem juízo".
Viva e se apaixone!!!