quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Poema: Paixão é coisa de gente sem juízo



Não é sempre, mas, às vezes
O corpo paga
Por aquilo que o coração sente
E quase sempre
A gente se arrepende,
E chega até ficar doente,
Sofre e deixa de se sentir gente...
Foge, se esconde, surta, 
Mas logo se esquece de tudo,
Se arrisca na doce labuta,
E corre atrás do perigo
Que vira de novo uma nova busca. 

Mais uma vez, 
Outra vez
E de novo 
O coração trai o corpo
E se joga numa paixão:
Aí num há conselho, 
Nem remédio que dê jeito.
O que cura a dor do sujeito
É a decepção sofrida
Recolhida e viva lá dentro do peito.

Dessa vez, o corpo desconta
A alma se alia 
E deixa a estrutura tonta.
O coração chora, esperneia
Mas logo, e de novo, e outra vez
Se restabelece  
E o corpo passa a viver como refém
Desse ingrato sujeito
Que sempre arruma um novo jeito
De se apaixonar.
                     André Santos Silva



Comentários do autor


   Dizem que só é normal quem se apaixona. Mas venhamos e convenhamos: ôh, trem sem jeito!
   Alguns são mais fortes, outros vivem e sofrem como se o mundo, naquele instante, perdesse todo o sentido. Outras tratam esse momento como "uma paixão avassaladora" que derruba o "apaixonado" e o faz perder o equilíbrio.
   Apaixonar é bom. Mas o bom mesmo é rir das paixões e das bizarrices que surgem ao longo dessa fantástica aventura de nossa vida.
   Assim, pode-se afirmar que apaixonar é bom, mas é importante salientar que "paixão é coisa de gente sem juízo". 
   Viva e se apaixone!!!



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