É um doce feito compota
De cima para baixo são dois dedos de mel
E o resto da vasilha é pura...
Quando o sujeito pensa que se arranjou
Ele se afunda na compota de mel
Descobre que o casamento é muito doido
E amargo feito fel.
Ele experimenta o doce
E com uma colher vai cavando
De repente descobre o amargo
E nele vai se afundando.
Falam também por aí
Que o casamento é uma prisão
Quem está fora quer entrar
E quem tá dentro num permanece não.
Outros afirmam que o tal sujeito
É um traste duro feito osso
É como se alguém estivesse condenado
Com uma corda grossa no pescoço.
Logo vem no casamento
As despesas do dia a dia
O marido só lamenta
E a mulher vive a sangria
Caso falte gás ou mantimento
Logo começa a euforia.
Ele olha atravessado
Ela o come com a testa
E o casamento vai afundando
E vira um fardo que não presta.
Mas quem tá fora insiste
E quer muito experimentar
Mesmo que o doce fique esquecido
E comece a amargar.
André Santos Silva
Comentários do autor
O poema aqui mencionado foi construído a partir de alguns comentários corriqueiros a respeito do casamento.
Enquanto um mero escritor, tenho o dever de reproduzir por meio da escrita alguns fatos engraçados do cotidiano, dando um toque de humor até mesmo nos assuntos considerados sérios.
Por outro lado, penso mesmo, que o casamento é algo sagrado, instituído por Deus. E que se as pessoas se amam, devem de fato realizá-lo.