domingo, 15 de dezembro de 2013

Poema: Visão



O que se observa
Nem sempre é o que se vê

Numa nuvem pode-se ver uma ovelha
Vê-se também um cavalo
E a depender da posição 
Em que se encontra
O bicho não tem orelha
E pode estar de pé ou deitado

Posso ver um cachorro
E outros podem achar
Não ter nada a ver
Mas ao olhar pro céu
Escolha, sinta e diga:
O que se pode ver?

Vejo uma montanha
Um castelo, talvez encantado
E percebo, de repente, Deus
Com crianças sentadas ao seu lado

Vejo uma casa feita de tijolos
Outra de algodão doce amarelo
E sinto no ar a bravura do vento
Que suavemente engole a casa
Os demais elementos e um castelo

Nem sempre o que se observa
Pode ser o que se vê
Mas é de forma singela
Talvez, o que se deseja ter

No céu eu vejo uma estrada
Com um aconchegante caminho
Todo feito de beleza rara
E música de passarinho

O que não vejo lá no céu
É a nuvem de mãos dadas
Assim pode ganhar o universo
E construir, sempre, uma nova estrada
                                      André Santos Silva


Comentários do autor

   O homem tem uma capacidade imensa de criar. Por meio dessa capacidade ele aguça suas habilidades criativas e abre espaço para o mundo fantástico da fantasia. Ele vê algodão doce no céu, conversa com o cachorro e vivencia a mais pura e inocente emoção: a vida.