O que se observa
Nem sempre é o que se vê
Numa nuvem pode-se ver uma ovelha
Vê-se também um cavalo
E a depender da posição
Em que se encontra
O bicho não tem orelha
E pode estar de pé ou deitado
Posso ver um cachorro
E outros podem achar
Não ter nada a ver
Mas ao olhar pro céu
Escolha, sinta e diga:
O que se pode ver?
Vejo uma montanha
Um castelo, talvez encantado
E percebo, de repente, Deus
Com crianças sentadas ao seu lado
Vejo uma casa feita de tijolos
Outra de algodão doce amarelo
E sinto no ar a bravura do vento
Que suavemente engole a casa
Os demais elementos e um castelo
Nem sempre o que se observa
Pode ser o que se vê
Mas é de forma singela
Talvez, o que se deseja ter
No céu eu vejo uma estrada
Com um aconchegante caminho
Todo feito de beleza rara
E música de passarinho
O que não vejo lá no céu
É a nuvem de mãos dadas
Assim pode ganhar o universo
E construir, sempre, uma nova estrada
André Santos Silva
Comentários do autor
O homem tem uma capacidade imensa de criar. Por meio dessa capacidade ele aguça suas habilidades criativas e abre espaço para o mundo fantástico da fantasia. Ele vê algodão doce no céu, conversa com o cachorro e vivencia a mais pura e inocente emoção: a vida.