Após, estudo de fatos históricos de nossa cidade - Maiquinique - foi desencadeada uma sequência de atividades com a turma do 5º ano. Confiram!
Maiquinique é um município brasileiro do estado da Bahia. Tem como principal função econômica a pecuária, a agricultura de subsistência e possui um polo de extração de minério, o grafite. O município de Maiquinique, com área de 413.863 Km², localizado ao Sudoeste da Bahia e ao Nordeste do Brasil, fica a 741 Km de Salvador e tem uma população de 9.182 habitantes, com um clima quente e úmido.
A palavra indígena Maiquinique vem do Tupi-Guarani, significa Rio de Peixes Pequenos.
Os primeiros habitantes foram os índios Botocudos, antropófagos que habitavam a região na época. O município de Maiquinique começou a surgir a partir do ano de 1934, porém, foi oficialmente fundada em 20 de Janeiro de 1935 por Francisco Martins de Almeida. O seu território originando-se da propriedade de Permínio Melo Flores que possuía no local um armazém e uma hospedaria que abrigava os viajantes, tropeiros e boiadeiros naquele tempo. Esta propriedade foi vendida ao Senhor Aleixo Pereira Passos, que doou quatro alqueires a Francisco Martins de Almeida visionário que incentivou a criação de um pequeno arraial cujo nome, Maiquinique é devido ao rio que banha a região.
No local onde hoje é Maiquinique, só havia uma velha estrada, onde as pessoas sempre passavam e os boiadeiros conduziam a boiada. Permínio Melo e família moravam na beira dessa estrada, onde havia uma casa e um barracão que hospedava os viajantes; havia também uma venda e uma lojinha. Como Francisco Martins de Almeida tinha vontade de formar no local um povoado consequentemente uma cidade a partir desse interesse reuniu alguns homens, fizeram um mutirão e criaram uma abertura com a roçagem da área pelos senhores: Maçu Gato, Anízio Bonifácio, Simião Magro, Marciano Rocha, João Porto, Jacinto Filho, Alvino Chaves, José Furtuoso, João de Inácio, Francisco José dos Santos, entre outros.
Como naquele tempo não havia recursos para fazer tijolos e o cimento era difícil, ergueram suas casas com parede de enchimento cobertura de palha. As primeiras casas que foram feitas estão localizadas onde hoje é a Praça Lomanto Júnior. A primeira feira livre funcionava no mesmo local.
Um ano depois, já em 1936, fizeram a escritura no município de Macarani e registraram na prefeitura. Então Maiquinique ficou sendo povoado pertencente ao município de Macarani.
Após o surgimento do povoado, deu-se a doação de terras pertencidas ao senhor Francisco Martins de Almeida e sua esposa Felismina Alves Martins, no dia 23 de abril de 1946, tendo como donatário a Prefeitura Municipal de Macarani. Entre as décadas de 1940 e 1950, já havia várias casas na localidade. As primeiras ruas nasceram em torno da Praça Lomanto Júnior. tais como: Rua Francisco Martins, Rua Tertulino Silveira Lima, Rua Sete de Setembro, Rua 16 de Julho e a Rua Ruy Barbosa. Em 1953, Maiquinique subiu de categoria, deixou de ser povoado e passou a ser distrito.
Maiquinique veio a ser emancipada após 27 anos de sua fundação, em 16 de Julho de 1962, pelo decreto do ex-governador, Juracy Magalhães, elevando Maiquinique a categoria de município, criado com território desmembrado do município de Macarani, por força da Lei Estadual nº 1718, de 16.07.1961, passando a ser Comarca de Macarani.
Em 18 de abril de 1969, o então prefeito de Maiquinique, Nelson José de Oliveira, adquiriu dez hectares de terras pertencidas a Alfírio Alves Ferreira, onde foi instalado o Distrito de Pouso Alegre, pertencente ao município. A sede de Maiquinique, hoje, limita-se ao nascente com a propriedade de Beline Santos e Lourival Oliveira, ao poente com a propriedade de Adauto Meira, ao norte com o Rio Maiquinique, e, ao sul com propriedade de Lourival Oliveira e Nadir Alves.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Maiquinique.
Há alguns anos, quando ainda estudava o ensino médio, fiz uma homenagem à cidade de Maiquinique, descrevendo-a em alguns aspectos relevantes. Maiquinique é uma cidade incrível, apesar de suas grandes necessidades. Nela, ainda se pode viver tendo uma vida tranquila. No entanto, alguns fatos preocupantes já despertam a atenção dos munícipes maiquiniquenses.
Poema
Minha Maiquinique
Cidade bela
Com uma visão natural
És linda e formosa
Minha querida Terra Natal
Tu vens com um calor fatigante, natural e radiante
Surgida do alto céu
Dando vida ao teu semblante
Querida Maiquinique, és para mim
Preciosa como um diamante.
Um dia ao acordar
Verei Maiquinique crescida
Tendo força e vontade
Para lutar pela vida
Vida justa, sim, é um direito da nação
Quero ver Maiquinique linda
Tendo em base a educação
Vivida por um povo que luta
Ama e tem paixão
De ver a nossa Maiquinique desenvolvida
Sem precisar de solidão.
Mas a vida ainda é sofrida
Nesta terra de perfeição
Porém, uma coisa afirmo com certeza
Amo-te Maiquinique
De todo o meu coração.
André Santos Silva
Ao trabalhar o Projeto Maiquinique com a turma do 5º ano, o professor André Santos Silva realizou com os alunos Kevim, Guilherme e Arnaldo, um trabalho de campo, para observação de alguns pontos da cidade de Maiquinique, no feriado em comemoração aos 51 anos de emancipação política. Professor e alunos visitaram um novo bairro que aos poucos surge em Maiquinique.
Esse local é conhecido atualmente como Loteamento Maracanã e teve início em meados do mês de julho do ano de 2012, período em que o Senhor Hildo dos Santos Brito decidiu lotear e colocar a venda os terrenos que formavam a Fazenda Jeribá, uma antiga propriedade. “A cidade já se aproximava da minha propriedade e, futuramente, a tendência era crescer mais, o que já não competia mais para o desenvolvimento de atividades do campo, próxima a circulação das pessoas. Então decidi vender a pequena terra, por meio de abertura de loteamento, vendendo terrenos para novas construções”. Afirmou.
Senhor Hildo (ex-proprietário da Fazenda Jeribá)
Além dessa visita e conversa com o ex-proprietário da Fazenda Jeribá – atual Loteamento Maracanã – professor e alunos decidiram realizar ali mesmo, nas proximidades da área visitada, um estudo sobre higiene social e comprovaram algumas atitudes que acarretam em desconforto aos moradores do Bairro Morumbi – situado ao lado do novo loteamento visitado.
Na observação, vimos que muitas pessoas circulavam tranquilamente pelas localidades e o contato com a manga é constante, segundo moradores.
Na observação, vimos que muitas pessoas circulavam tranquilamente pelas localidades e o contato com a manga é constante, segundo moradores.
"O fato é que, por ser um bairro próximo a algumas fazendas, moradores usam essas áreas para jogarem lixo, restos de animais (ossadas) e animais mortos, o que traz como consequência à população local, a poluição do ambiente, o mau cheiro e, até mesmo, doenças". Disse uma moradora.
É necessário que os moradores se organizem, criem associações, ou escolham representantes de bairros para montarem um esquema de fiscalização, para que a partir daí, essas informações possam chegar ao conhecimento dos governantes.
André Santos Silva
André Santos Silva
Restos de animais encontrados nas localidades do Bairro Morumbi e Loteamento Maracanã viram objetos de estudo para aula sobre fósseis
O trabalho de campo realizado no dia 16 de julho foi um momento de muito proveito e conhecimento para os participantes e, consequentemente, para os alunos que puderam no dia seguinte, na sala de aula, receber os arquivos digitais e o material colhido no passeio.
Durante a caminhada, pudemos conhecer a localidade, refletir sobre algumas atitudes que julgamos negativas à vida do ser humano.
Tudo teve início quando um dos participantes do passeio, o aluno Guilherme, que inclusive, mora nas proximidades disse: “Professor, venha aqui com os meninos! Preciso mostrar a vocês uma coisa”. E lá fomos nós!
Para nossa surpresa, nos deparamos com uma ossada de animais, jogada ali, por moradores e açougueiros.
Além das ossadas de vacas e bois, encontramos, também, alguns restos mortais de outros animais jogados ali, bem próximo aos moradores locais.
O aluno Guilherme nos conduziu por toda a região observada e nos mostrou pontos importantes para nossa reflexa, enquanto agentes sociais construtores do meio em que nos inserimos. Após a visualização, filmamos e fotografamos todo o material encontrado.
No dia seguinte, apresentamos à turma um relatório bem preparado. Essa aula – apresentação do relatório – teve como ponto de partida o esclarecimento do feriado em Homenagem ao Aniversário da cidade de Maiquinique. Em seguida foi explanada uma orientação a respeito da história do surgimento de nossa cidade.
Dando sequência, apresentei uma mostra do material colhido no passeio, através de slide. Para ficar emocionante e mais real, fiz uma surpresa aos alunos: retirei de um saco plástico a ossada da cabeça de um cachorro, uma constela e dentes de outros animais.
Juntos realizamos um estudo sobre os fósseis – restos e vestígios de animais encontrados no solo. Foi uma aula sensacional!
André Santos Silva
Após estudar sobre: a cidade de Maiquinique; sua história; o que é cidadania; os direitos e deveres do cidadão; as manifestações que ocorreram e ocorrem em nosso país, os alunos da turma do 5º ano foram instigados a observar pontos específicos da cidade que residem. Depois, anotar e representar em forma de maquete o local observado e elaborar um relatório apontando situações que ferem os direitos e deveres do cidadão maiquiniquense. Após essa etapa, os alunos levaram à sala de aula suas produções artísticas e apresentaram as observações, refletindo criticamente sobre os bairros, praças, ruas e espaços culturais que estão inseridos. Foram representadas por meio de maquetes a Praça Lomanto Júnior, a Escola Nelson José de Oliveira e a área em volta da mesma, o Loteamento Laura Rocha, o Estádio Miguel José Cordeiro, o Bairro Morumbi, as casas populares no Bairro Morumbi.
Na atividade, os alunos apontaram, também, sugestões de melhorias e expressaram os seus sonhos em relação à cidade que querem morar. A Maiquinique do hoje e do amanhã.
André Santos Silva
André Santos Silva
Crônica: O grito
No dia do passeio, entrei em contato com os alunos, marquei horário e por ser feriado, alguns não compareceram. Então, saímos em caminhada: Arnaldo, Guilherme, Kevim e eu. Chegamos, visitamos as áreas a serem estudadas, filmamos, fotografamos, fizemos as observações. Em seguida, decidimos sair dali e retomarmos o caminho de casa.
Foi aí, que Guilherme teve a brilhante ideia de nos apresentar aos restos de animais: cabeça, dentes, costelas, chifres e ossos das pernas de vaca; cabeça dentes, pernas e outras ossadas de cachorro.
Apesar da sujeira, foi uma observação perfeita para a aula de fósseis. Identificamos a ossada dos diferentes animais. Fui explicando e orientando aos alunos sobre o que víamos. De repente, com uma pedra, comecei a quebrar a ossada (a cabeça) de uma vaca para retirar alguns dentes, para a aula do dia seguinte. Arnaldo se assuntou e pediu para parar: “Chega! Tá bom!” Eu continuei, pois ainda precisava arrancar um dente.
Naquele instante, quando eu me preparava para retirar o outro dente, um barulho se ouviu e Arnaldo mais uma vez deu um grito assustador:
__ Uaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai!
Eu fiquei desesperado e mal tive tempo de compreender direito o que estava acontecendo. Peguei esses três meninos pelos braços e ganhei o mundo na carreira. Bem adiante, correndo velozmente, olhei pra traz e vi que uma vaca corria atrás de nós. Aí é que corri mesmo!
O engraçado foi que Arnaldo, além de não aguentar correr, ficou parando no caminho para explicar que o grito que deu foi de susto.
__ Professor, pensei que aquele berro era da ossada da cabeça da vaca que o senhor estava quebrando para retirar os dentes.
Depois dessa hora, eu o arrastei pelo braço e quando estávamos mais longe do perigo, paramos e caímos na gargalhada. O susto foi causado pela vaca que deu um berro ao se
aproximar de nós.