domingo, 17 de agosto de 2014

Poema: Com a corda no pescoço



Temos vivido ultimamente
Com a corda no pescoço
Mas não sabemos em quem por a culpa
E isso nos enche de desgosto
É um tal de rebolado
Um joga daqui, outro acolá
E não vemos se quer uma lei
Que nos faça acreditar
De que teremos um conforto em nosso leito
E na ânsia de insultos e desrespeitos
O país que amamos segue sem jeito.

E o pior de tudo isso
É a insegurança que vem daqui ou de lá
Estagnados e sem força alguma
Só nos resta duvidar
E vemos a rotina que se segue
Quem deveria proteger, não consegue
E a onda que há pouco começou de leve
Continua a matar e a roubar.

Sem segurança e sem respeito
Vivemos dias tristes e sem jeito
A vida insegura, segue no mesmo
E o justo que trabalha
Paga com sangue o preço
E se desaparece de repente
Aparece um morto sujeito
E em seu cartão de identidade
Foi cravado com atrocidade
Um tiro certeiro no peito.

Enquanto isso a velha corda
Há pouco no pescoço
Vai apertando e se enrosca
E do sujeito tira o fôlego
Ele debate intensamente
Para provar que ainda é gente
E na ânsia do desgosto
Torna-se culpado 
Ao invés de inocente.

Vivemos ultimamente
Com a corda no pescoço
Enquanto isso acontece
O ímpio sujeito não se entristece
E ainda nos confere o bolso.
                André Santos Silva



Comentários do autor

   Temos visto nos últimos dias, fatos tristes, que caracterizam o descaso para com a vida humana. Pessoas, são tratadas como lixo. 
   Penso que, cada ser humano deve ser respeitado e ter o seu espaço, independentemente, de sua classe social, cor, orientação sexual, religião... Mas não é isso que vemos. 
  Temos assistido, ou lido em diversos meios de comunicação, a triste realidade das ações que não geram segurança. Quem é pago para promover o respeito e causar a ordem, com atitudes não condizentes com os valores humanos, promove a desordem. E quem sofre, nos muitos exemplos, é o trabalhador que sempre pagou os seus impostos, visando segurança e qualidade de vida. Isso não quer dizer que aquele que não paga os seus impostos, ou que se comporta promovendo a desordem, deva também, pagar com a vida. Não! O que precisamos em caráter de urgência é de Políticas Públicas de Segurança, que gerem qualidade de vida e segurança a sua população.
   Quanto aos desordeiros, que as leis sejam aplicadas, para que em sua essência, não soframos as terríveis consequências, por vivermos num país, onde quem é o preso é o cidadão de bem, talvez, para sempre, e o cartão de entrada, em muitos casos, é a própria vida.