quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Poema: O tempo presente



Acordar de manhã,
respirar e sentir a beleza da vida,
observar na janela
a tão sublime canção
dos pássaros que recebem o dia,
anunciam a imensidão
e confirmam a mágica da vida.

Ah, se todos os dias fossem assim!
E por que não são?

O fato é que o futuro não o sabemos
e o presente, nem quase sempre, o vivemos.

E a vida passa,
o sorriso passa,
a alegria passa,
a juventude passa,
a graça da vida passa,
o pássaro da janela passa.

E a canção?
A canção fica,
permanece na dança da vida 
e no outro dia, 
ao acordar de manhã,
os que estiverem atentos
contemplarão a alegria de viver.
                       André Santos Silva


Comentários do autor

   Viver bem é um grande desafio. Acordar de manhã e sentir que o que vale a pena é estar vivo, é muito difícil. Nossa! E como! É uma ação, ainda, de poucos.
   Isso se dá pela valorização desmedida do que, muitas vezes, não e essencial a nossa felicidade. O corre-corre do nosso dia, a luta desmedida pela realização e conquista dos bens materiais nos sufocam e nos fazem perder o que há de mais sagrado: o tempo presente, o agora, a felicidade e em muitos casos a nossa própria vida.
   Estamos tão envolvidos com o que queremos, que nem prestamos mais atenção no que temos. Dessa forma, colocamos em última posição do ranque as pessoas que amamos, os amigos que, ainda, possuímos.
   No poema, o pássaro na janela, pode ser comparado com um grito de socorro. Alguém que chega e diz: "Rapaz, preste atenção na dança da vida. São dois passos para frente e um para trás". Aqueles que param e à luz de uma reflexão sobre a importância de viver bem o presente, entram na sincronia da dança e dão show na arte de viver.
   Vivamos os nossos sonhos, as nossas conquistas. Mas não nos esqueçamos que o tempo presente, hoje, será passado, amanhã.