terça-feira, 13 de maio de 2014

Poema: 13 de maio



Pela liberdade que hoje se tem
Muitas lutas aconteceram
Guerreiros de cor negra
Viveram em sofridos cativeiros
E esconderam a alegria na alma
Que contagiou um povo inteiro.

A melodia do chicote 
Os escravizados sabiam de cor
O pelourinho servia como sustento
Sem piedade e nem dó
Ali faziam da fraqueza força
Com esperança de viverem um dia melhor.

Filhos, esposa e marido
Eram vistos como bichos
Gente de valor pequeno
E de sonhos escondidos
Mas na alma traziam a certeza
De um dia serem livres.

Viviam amontoados
Não tinham direitos humanos
Era gente só na essência
E destratados por levianos.

Em suas veias corria o sangue forte
De gente vívida e com sede de luta
Que sofreu por ter a pele negra
Mas não correu de sua labuta
Até que um dia pôde ser livre
Por uma simples assinatura.
                        André Santos Silva




Comentários do autor

   Nesse dia que se comemora a Abolição da Escravatura, quero parabenizar a todos as pessoas que foram escravizadas e que são descendentes de pessoas também escravizadas, pela luta e dedicação em prol de uma vida melhor. Pessoas que perderam a vida, simplesmente por acreditarem que os direitos humanos devem ser empregados na vida de qualquer cidadão.

   Confira o texto a seguir: 


Contexto Histórico da Abolição da Escravatura



   No início da colonização do Brasil (século XVI), não havia no Brasil trabalhadores para a realização de trabalhos manuais pesados. Os portugueses colonizadores tentaram usar o trabalho indígena nas lavouras. A escravidão indígena não pôde ser levada adiante, pois os religiosos católicos se posicionaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Logo, os colonizadores buscaram uma outra alternativa. Eles buscaram negros na África para submetê-los à força ao trabalho escravo em sua colônia. Foi neste contexto que começou a entrada dos escravos africanos no Brasil.

Como era a escravidão no Brasil
 


   Os negros africanos, trazidos da África, eram transportados nos porões dos navios negreiros. Em função das péssimas condições deste meio de transporte desumano, muitos morreram durante a viagem. Após desembarcaram no Brasil eram comprados como mercadorias por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e, muitas vezes, violenta. 


   Embora muitos considerassem normal e aceitável, a escravidão naquela época, havia aqueles que eram contra este tipo de prática, porém eram a minoria e não tinham influência política para mudar a situação. Contudo, a escravidão permaneceu por quase 300 anos. O principal fator que manteve o sistema escravista por tantos anos foi o econômico. A economia do Brasil contava quase que exclusivamente com o trabalho escravo para realizar os trabalhos nas fazendas e nas minas. As providências para a libertação dos escravos, de acordo com alguns políticos da época, deveriam ser tomadas lentamente.
   O início do processo de libertação dos escravos e fim da escravidão 
   Na segunda metade do século XIX surgiu o movimento abolicionista, que defendia a abolição da escravidão no Brasil. Joaquim Nabuco foi um dos principais abolicionistas deste período.
   A região Sul do Brasil passou a empregar trabalhadores assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros, a partir de 1870.  Na região Norte, as usinas produtoras de açúcar substituíram os primitivos engenhos, fato que possibilitou o uso de um número menor de escravos. Já nos principais centros urbanos, era grande a necessidade do surgimento de indústrias. Visando não causar prejuízo financeiros aos proprietários rurais, o governo brasileiro, pressionado pelo Reino Unido,  foi alcançando seus objetivos lentamente. 
   A primeira etapa do processo foi tomada em 1850, com a extinção do tráfico de escravos no Brasil. Vinte e um anos mais tarde, em de 28 de setembro de 1871, foi promulgada a Lei do Ventre-Livre. Esta lei tornava livres os filhos de escravos que nascessem a partir da decretação da lei.
   No ano de 1885, foi  promulgada a lei Saraiva-Cotegipe (também conhecida como Lei dos Sexagenários) que beneficiava os negros com mais de 65 anos de idade.
   Foi somente em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que a liberdade total e definitiva finalmente foi alcançada pelos negros brasileiros. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel (filha de D. Pedro II), abolia de vez a escravidão em nosso país. 

     Fonte: http://www.historiadobrasil.net/abolicaodaescravatura/