quinta-feira, 10 de julho de 2014

Poema: Viaduto



Todo dia é assim
Vivemos grandes absurdos
Quando não é falta de segurança
Por aqui cai um viaduto
E se ainda formos mais longe
Queimam vivo um matuto.

É assim que o poder nos vê:
Um matuto pra plantar
E tantos outros pra colher
Enquanto isso caem os viadutos
E a pior das desgraças
Já é escalada pra acontecer.

Hoje um viaduto,
Amanhã mais insultos
E o povo que observa
É chamado de matuto
Enquanto isso tem mais
E mais absurdos
Ao povo ainda falta 
Cuidado absoluto.

Então penso cá
E sozinho fico a sofrer
Nesse país de tanta beleza
Quantos ainda precisam morrer?
Entra ano e sai ano
E a cara nova no poder
Promete trazer o céu à terra
Depois leva o povo ao ferro e à miséria
Então tudo aqui cresce e vira guerra.

Hoje um viaduto
Amanhã mais um luto
E administração seria certa
Se talvez, lá, estivesse um matuto
Que conhece os saberes da terra
E nessa área entende muito
Pois sabe que o partir do pão
É o poder absoluto.
                           André Santos Silva



Comentários do autor

     Durante a semana, muitos canais de televisão, redes sociais e demais mídias informativas divulgaram uma tragédia - a queda de um viaduto - ocorrida numa avenida da Capital do Estado de Minas Gerais: Belo Horizonte. O motivo pelo qual desencadeou essa catástrofe não se sabe ainda. Mas como todo fato gera uma especulação, esse também não foi diferente, no que se refere a acusações que circulam quando se trata de obras realizados em "Nossa Pátria Amada Brasil".
   Penso que se alguma obra é feita, deve ser estudada minuciosamente para que a população tenha segurança e que vidas não sejam ceifadas. Assim teremos um retrato de evolução, conforto, segurança e qualidade de vida. E para todos.