terça-feira, 30 de abril de 2013

Trabalho de campo com os alunos do 5º ano - Matéria publicada no Jornal Fuxico Escolar nº 10

Trabalho Escravo Infantil 
Isso não pode!


   Todo cidadão brasileiro, de acordo com o que diz a Constituição Brasileira, é dotado de direitos individuais, sociais e políticos. Com base no que vimos na aula de história, todos os cidadãos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Todos também temos direito a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social e até mesmo a escolher ou ser um candidato a governar em nome do povo.

Então, uma criança ou adolescente não pode trabalhar?


   Não! O artigo 60, do ECA – Estatuto da Criança e do  Adolescente diz que “É proibido qualquer trabalho a menores de 14 anos de idade, salvo na condição de aprendiz”.

O que é o ECA?




   O Estatuto da Criança e do Adolescente é um conjunto de normas do ordenamento jurídico brasileiro que tem como objetivo a proteção integral da criança e do adolescente, aplicando medidas e expedindo encaminhamentos para o juiz. É o marco legal e regulatório dos direitos humanos de crianças e adolescentes.



   Para o ECA considera-se criança toda pessoa desde zero até 11 anos, 11 meses e 29 dias, isto é, 12 anos incompletos. Já o adolescente é toda pessoa de 12 anos completos até 17 anos, 11 meses e 29 dias isto é, até os 18 anos incompletos. 
                         
Porque o ECA nasceu?



   O ECA nasceu para garantir que todas as crianças e adolescentes possam gozar integralmente dos direitos fundamentais que possuem. A lei define também como o poder público e a sociedade irão tratar dos direitos que a criança e o adolescente possuem (fixa a linha de ação da política de atendimento dos governos e da sociedade). 
   É  importante  ressaltar  que  muitas  crianças e adolescente se opõem  ao  que  diz o Estatuto e não querem saber de assumir os seus deveres.  Como  ficou  claro,  ao  estudarmos  “A Formação do Povo Brasileiro” qualquer brasileiro tem direitos a serem respeitados, no entanto, possui   uma   série   de   deveres   que  devem  seguir  para  o  bom  convívio  social.  O  que  a  sociedade   não   pode   mais   aceitar   é   que   crianças   e  adolescentes  se  apeguem   somente   aos   seus    direitos   e   cometam   ato infracional. O que gera atualmente uma discussão sobre a diminuição da maioridade penal. 

  Trabalhar e estudar?
Quem disse que não pode?


   De acordo com o Artigo 60 do Estatuto da Criança e do Adolescente, é proibido qualquer trabalho ao menor de 14 anos. No entanto, ele ressalva que é permitido na condição de aprendiz. Desde que não ofereça riscos ou escravize o menor.
   É importante que a criança e o adolescente tenham uma atividade paralela ao estudo. Faz-se necessário que desde cedo, essa classe de cidadãos, receba por parte dos pais ou responsáveis, pequenas atribuições que construam ao logo de sua formação, enquanto indivíduo social, o caráter e gere responsabilidades para o desenrolar de todas as etapas da vida. Reafirmo que, a atividade ou atribuição, não pode ser prioridade e não deve tomar o tempo dedicado aos estudos. Assim, teremos respeitados os direitos rezados no Art. 4º do ECA que diz “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária”.


Alunos do 5º ano têm atividades 
paralelas aos estudos



   O Jornal Fuxico Escolar realizou no dia 26 de abril, do corrente ano, uma entrevista na sala do 5º ano e descobriu que muitos alunos e alunas têm uma função paralela aos estudos. Alguns vendem geladinho, picolé, pastel, outros pegam carrego e uma parte das meninas auxilia nas atividades domésticas. Existem também alunos, como é o caso dos irmãos Murilo Oliveira Santos e Maurício Oliveira Santos, que além de terem obrigação com os estudos, têm uma rotina diária de cuidar de cavalos. “O meu gosto por lidar com cavalos começou desde que eu tinha 4 anos. Fui tendo o primeiro contato e aprendi a gostar dos bichos. Hoje tomo conta de seis: uma égua Manga Larga e Quarto de Milha chamada Radija, um cavalo Quarto de Milha chamado Ar de Ouro, outro da raça Appaloosa de nome Corcel, Batom e Brilho da raça Piquira e Brad Pitt da raça Manga Larga”.


  
   Numa visita realizada pelo Jornal Fuxico Escolar, à baia da família Santos, o repórter Davi Santos da Silva (à esquerda), entrevistou o aluno Murilo Oliveira Santos que confessou: “trabalhar numa baia é gratificante, pois além de gostar do faço, adquiro muito conhecimento a respeito dessa classe de animais”. Mais uma vez Davi indaga Murilo, e pergunta se o trabalho na baia atrapalha os estudos. “Não considero a atividade que realizo na baia como um trabalho. É apenas uma rotina que faço para garantir a minha responsabilidade. É importante que cada pessoa tenha uma ocupação para não ficar ocioso. Em relação ao tempo, vou à baia duas vezes: uma pela manhã cedinho e a outra, apenas um período à tarde. Tenho tempo de sobra para estudar. Gosto do que faço”.



   Com essa atividade, o Jornal Fuxico Escolar pôde mostrar que desenvolver habilidades de trabalhos, desde cedo, é de suma importância para o crescimento profissional de cada cidadão. Sendo criança ou não, cada um, independente da idade, pode, levemente, sem atrapalhar os estudos, se dedicar a uma atividade que goste. Assim, teremos os direitos e deveres respeitados e não infligiremos a Constituição Brasileira.

Poema
Criança respeitada,
 vida adulta honrada


Sonho com um dia 
Em que as pessoas sejam respeitadas
Que tenham os seus direitos e deveres respeitados.

Sonho com um dia 
Em que as crianças sejam 
Em sua essência, um símbolo de cuidados
Que elas tenham carinho, amor, atenção, educação
E bons exemplos, e que sejam por toda a vida.

Sonho com um dia
Em que as pessoas possam se olhar
E ter a certeza de que o que importa é o ser humano
Apenas o ser humano
Assim, haverá respeito 
E a criança de hoje
Será o grande adulto do futuro.
                               André Santos Silva


Patrocinadores 
Plínio KG (Formatação, recargas de cartuchos, tonner, impressão em geral. Rua Francisco Martins. Maiquinique. Cel.: 91206622)

Binha (Recarga de cartuchos e tonner. Rua Gasparino Lacerda, nº 31. Maiquinique. Alto da Colina. Cel.: 91186071).






sábado, 27 de abril de 2013

Poema: O Encontro de Zu e Zé


Capítulo I 
Zé do Gole

Ô, Zé, vem cá!
Sou muiê, e não seu aventá.

Pensa que eu num sei
Qui cê tá de oi na dondoca
Aquela magrela sem qui fazê
Muié feia das perna torna?

Quando nóis se casemo
E tu me jurou eterno amor
O que disse na igreja cheia
O tempo já apagou?

Ô, Zé, vem cá!
Qui vô acertá nossas conta
Hoje ocê toma jeito de home
Se não, num tem cumida pronta.

Ocê não me falô das cueca rajada
Isso eu té qui tolero
Mas vê ocê dia e noite
Ficano esse home amarelo
Socado no mei da bebida
Esse tipo de marido num quero.

Ô, Zé vem cá!
Qui vô resovê nossas vida
Ô ocê deixa esse mau custume
Ô eu acabo com sua vida.
                André Santos Silva






Capítulo II 
A resposta de Zu mulher de Zé do Gole


Sou Zu mulé arretada
Eu te falei seu barrigudo
Se pode bebê tanto assim
Também pode ser chifrudo

Zé, meu marido, eu te oiei
Noite e dia sem recramá
Limpei suas sujera de bibida
Pro casamento conservá
E tu num mudou, miseravi
Ah, Zé, tu vai pena!

Tomei uma decisão importante
De sofrimento, chega já
Vou no bar de cumpade Miguel
Minhas tristeza afogá

Bota uma, cumpade Miguel
Hoje sô uma mulher decidida
Não pensei muito: larguei o Zé
Quero tomá umas birita
Vivê assim, ninguém aguenta
Sou mulé jovem, forte e bonita.

Zeca que era um donzelo
Desses qui nunca conheceu mulé
Viu as declaração da largada sofrida
E decidiu metê a culé
E se aproximando do balcão disse:
Minha fofura, beba o que quiser.

Depois dos dois muito beber
O clima foi se esquentando
E mal aguentavam ficar de pé
Eles saíram dali trotando.

Do outro lado da rua com tristeza
Estava Zé inconformado
Botou o chapéu na cabeça
E voltou pra casa escabreado
Nesse dia não bebeu
Mas se sentiu embriagado.
Zé viveu noites tão sofridas
De cachorro abandonado.
                André Santos Silva



Capítulo III 
O Encontro de Zu e Zé


Tudo começou quando Zé se pôs a beber
Zu desesperada e sem saber o que fazer
Chamou Zé muitas vezes e o fez compreender 
Que uma decisão absurda poderia acontecer
Se o mesmo não deixasse o bar
E não parasse de beber.

Como viu que Zé não tinha jeito
Zu tomou coragem, arregalou os beiços
Deixou Zé de boca aberta 
E se jogou sem preceitos
Perdeu a vida de mulher boa
E meteu pinga no peito

Zé perdeu Zu e ficou desconsolado
Não tinha nas noites frias ninguém ao seu lado
E quis tomar jeito depois de ficar abismado
Viu Zu, sua mulher, como um cachorro jogado
Tendo muitas companhias de homens desonrados
Golando em vários copos de sujeitos desgraçados.

Zé e Zu se separaram por vício e teimosia
Antes não eram felizes e não tinham alegria
Zu não suportou a vida de tamanha euforia
Ver Zé sempre bebendo e participando de orgias
Tirou o seu sossego, mesmo que antes não tinha
Se rebelou pra vida justa e de casamento
Quis fazer ciúme e se jogou ao relento

Zé e Zu separados, cada um em seu lugar
Ele em casa sozinho e ela a beber no bar
Seu coração, apertado, deseja Zu encontrar
Mas não tem molejo de homem corajoso
Desses que tiram o pé do lugar
Capaz de ir atrás da mulher e dar ordem
Volta pra casa já.

Um dia ao sair de casa, Zé, Zu avistou
E logo saiu correndo: espere, meu amor!
Volta cumigo meu bem, 
Não me faça um sofredor,
Desde do dia em que ocê foi imbora,
Minha vida dismoronou.

Que nada, pião, se ponha em seu lugar
Não sabia qui era tão boa, essa vida de bar
Hoje num lavo suas cuecas e nem tenho qui te aturar
Nem sinto seu bafo de onça 
Nem ouço ocê roncar
Sou livre e disimpidida
E pra casa num vou voltar.

Zé, me paga um cachaça, 
Daquelas que ocê já bebeu
Enquanto voltar pra casa,
Não conte mais cum eu
Vou ali antes qui feche o bar
Festejar com Amadeu.

Zu virou as costas e dali se afastou
Zé coçou a cabeça e se desesperou
Viu Zu pegar no copo que um dia ele apalpou
Nesse encontro, não tiveram exito, 
O casal mal conversou
E caminhando desconsolado, para casa Zé voltou.

Chegando em casa, pensando... algo incomodou
Lembrou dos pedidos de Zu, que um dia não escutou
A angústia foi tamanha, que ela não suportou
Abandonou aquela vida e o marido bebedor.
Zé fechou a porta e não quis nem jantar
Mas jurou que num outro dia Zu não iria escapar
Ele a traria de volta pra casa, nem que fosse pra brigar.
                                               André Santos Silva


Observação: Senhores leitores, não percam a continuação dessa história no CAPÍTULO IV.







sexta-feira, 26 de abril de 2013

Poema: Chega de agonia


Chega, minha gente!
Hoje não quero assistir jornal,
não vou me permitir nostalgia,
nem tristeza, nem agonia
e muito menos euforia.

Chega! 
Hoje não vou sentir raiva
quero tomar um banho
descansar dessa triste jornada.

Chega, minha gente!
É longa a atrocidade,
gente mente pra se dar bem
e se esquece da verdade.

Não quero ouvir falar de violência, 
de criança triste,
muito menos de Ciência
nem de gente rude e sem benevolência.

Quero abrir a janela de casa
e ver a luz do sol entrar
sentir a brisa que passa 
leve e suave, a me contagiar.

Quero proclamar a felicidade
nesse instante de caos
dar um grito de liberdade
na crueldade fatal.

Quero cumprimentar o vizinho,
sorrir e sentir alegria
aquecer os corações que sofrem
com uma bela melodia.
                    André Santos Silva




quinta-feira, 25 de abril de 2013

Poema: Esse tal coração

É mesmo mistério do coração
um dia um simples olhar,
uma dádiva, um gostar,
uma paixão.

Um gesto de doçura,
um palpitar, 
um piscar de olhos
e um aperto de mão.

De repente, 
surge o grande vilão
que vai crescendo 
e se torna imenso
aqui dentro do coração
E nos faz enxergar 
uma outra dimensão
dois caminhos, agora um
numa nova direção.

Esse tal amor, sei não!
Torna a gente bobo, manda no coração
e ainda corrói por dentro, 
tal qual um furacão.

E tudo se acalma, ou vira confusão
se os olhares se encontram, meu Deus,
que satisfação! Uma dança,
um beijo, outro beijo e um aperto de mão.

E dessa forma segue a vida, com amor e inspiração
e esse sentimento fica monstruoso
lá no fundo do coração.
E se agente se desliga... aí não aguenta não.
                             André Santos Silva



Poema: Minha velhice

Da janela, 
vejo o movimento incessante da rua
rua que um dia, na minha juventude,
caminhei exaustivamente, 
rua que um dia reclamei em trilhar,
que me recusei a observar.

Da janela vejo a mocidade
que caminha de cá para lá
e de lá para cá
que para no caminho
conversa, rir e se diverte.

Da janela vejo
a rua que um dia trilhei sem pensar
que o tempo não para
e que a pele envelhece

Vejo muito mais do que eu queria
da minha janela:
uma mocidade que perde tempo,
que não se regozija com o instante feliz,
com o semblante da idade principal
da jovialidade que não se faz eterna.

Da minha janela, vi
vejo e ainda verei muito mais.

Só não consigo ver
um antídoto que me faça revigorar
para que um dia eu possa nessa antiga rua andar
trilhar alguns passos que se perderam
ao logo dos meus muitos anos.
                      André Santos Silva










quarta-feira, 24 de abril de 2013

Poema: Inocência

Quero cantar uma boa música
que a todos possa alegrar
trazer à tona boas lembranças
e um futuro planejar

Cantar a beleza da vida
com a inocência de uma criança
relembrar cada fase vivida
nesse mundo de esperança

Ver o eco de satisfação na alegria de viver
querer subir, voar, imaginar, crescer
ser criança sempre, na arte de fazer
encarar a vida sem malícia, apenas viver

Quero cantar a beleza da vida
tendo alma de criança
com o coração puro e inocente
nessa cadeia de lembranças.
                      André Santos Silva





terça-feira, 23 de abril de 2013

Poema: Início de inverno

Vejo ao longo dos dias
o inverno despontar
trazendo suas marcas
e ocupando o seu lugar

É verdade
o início do inverno chegou
e com ele, tenha certeza
também o amor

O frio necessário para se esquentar
uma boa companhia
um cobertor, um bom lugar
um café, um chocolate quente
ou uma leve xícara de chá

Assim, não há
brisa, frieza que possa assustar
mesmo que tenha tristeza
ela, ela não durará
é como início de inverno
inicia, mas passa já

O inverno chegou
e com ele a alegria
de estar ali juntinho
com uma boa companhia.
            André Santos Silva 






Poema: Que saudade

Que vida boa!
O cheiro da simplicidade,
a emoção de se ter uma saudade
do que foi bom
do que foi vivido de verdade

A casinha simples de barro,
ou até mesmo de sapê
a comida bem preparada
pelo simples fato de fazer

O fogão a lenha,
o preto do carvão nas mãos,
a fumaça,
a irritação do fogo 
que não queria pegar,
as panelas bem ariadas
e a comida a saltitar

A vida parecia ter mais sabor
e tudo era feito com o coração
bichos, gente, em toda a cozinha
e um encontro com emoção

A família se reunia
e deliciava com dedicação
a comida cozida a fogo de lenha 
mas com o sabor do coração. 
                 André Santos Silva