segunda-feira, 3 de março de 2014

Poema: O nascer da vida




Silêncio!
Uma vida se prepara para nascer
bem no finzinho do dia,
lá pelo entardecer.

Ela força, se espreme,
se debate e enfim,
apenas nasce.

Bem no fim do dia
ela se desponta
e observa tudo com alegria,
mas há de enfrentar a noite fria,
escura, sem estrela e sem lua.

A vida geme, se espreme,
se debate e com força, 
ainda tão pequena,
espera pelo clarão
com alma calma e serena.

O dia amanhece,
a luz aparece,
a pobre vida se enobrece
ao perceber que depois 
de uma longa noite fria e escura
surge sob a luz do sol 
uma imensa doçura.

Então a vida entende,
que mesmo sofrendo,
se debatendo e se espremendo,
quer ir em frente.

Silencio! 
Agora observe e veja
que a escuridão não mais aterroriza,
ela se tornou força e alimento 
que conduz a própria vida.

Durante a noite, no céu,
ela vê estrelas, 
e isso traz a certeza
de que mesmo se espremendo, 
gemendo e se debatendo
pode-se encontrar a beleza.

E a vida cresce, 
em breve criança, 
mais tarde jovem, adulta
e assim segue sua estrada,
uma hora certa, outra maluca.
                       André Santos Silva


Comentários do autor

   Um dos mais belos espetáculos da criação Divina, é a vida. Desde a gestação ao despontar do primeiro sorriso.
   Por isso, ela deve ser valorizada e cuidada. Em cada vida existente há um sopro de amor, zelo e projeção da obra criacional.
  Portanto, cuidemos de nossa vida com finco e vivamos acreditando que a felicidade é possível.



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