segunda-feira, 30 de junho de 2014

Poema: Sede



Quero água
Para matar a minha sede
Para apagar o fogo
Que coloca a vida em jogo.

Quero um copo d'água
Para acabar com a tempestade
Que causa ansiedade
E desencadeia a maldade.

Quero água
Isso é o que desejo
E com entusiasmo
Ver brotar o verde
E ter a esperança
De que ninguém 
Nunca morra de sede.

Tenho sede
Por isso quero água
E que ela revitalize
As almas cansadas.

Mas não quero água
Para matar a saudade
Pois não recordar o que foi bom
É pura crueldade.

E se o ar não for puro
Água também hei de querer
Dissolverei a tristeza em suas gotas
E feliz continuarei a viver.

Tenho sede
E quero água
Água cristalina e pura
D'uma boa cascata.
                    André Santos Silva


Comentários do autor

   No poema, o autor utiliza uma metáfora com as palavras água e sede para expressar a necessidade de algumas mudanças. Ter sede é um gesto comum, nesse caso, não se refere à necessidade física, mas a vontade de mudança.
     Então, o que nos falta? Com certeza, a sede!


sábado, 28 de junho de 2014

Poema: Ao Argentino Sampaoli



Ao técnico do Chile
Quero expressar respeito
E dizer-lhe sinceramente
Do sentimento brasileiro
Que hoje mostrou mais garra
E venceu o estrangeiro.

O Brasil abriu os braços
E aos estrangeiros recebeu
Fez as homenagens da casa
E hoje do Chile venceu 
Mandou Jorge Sampaoli de volta
Pois o seu time perdeu
E Júlio César que foi guerreiro
Ao Chile desmereceu
Mostrou muita força e garra
Quando as cobrança defendeu.

Ao Chile agradeço
Por sua brilhante participação
Agora já pode arrumar as malas
E seguir sua direção
Mas antes esfrie a cabeça
Faça uma visita ao Japão
Que também voltou mais cedo
Após sofrer decepção.

Nesse instante tive dúvida
Pra fazer essa composição
Sampaoli falou do estádio
Acho que ele teve decepção
Mas o Brasil já está acostumado
A vencer esse rojão
Com sua garra bateu no Chile
E segue firme na competição.

Aos chilenos dedico agora
As oitavas de final
Peço que voltem pra casa em silêncio
E que retornem aqui no carnaval
Pois se o Brasil vencer a copa
A comemoração será animal.
                            André Santos Silva



Comentários do autor

   A composição lida acima, foi escrita apenas para comemorar essa sensacional partida das oitavas de final entre o Brasil e o Chile. Aos jogadores brasileiros e chilenos os meus parabéns e eterno respeito pelo belíssimo jogo. 


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Poema: Dinheiro fácil



Dizem que dinheiro fácil
É um bem desses absurdos
O cara ganha sem medida
No início só tem lucro
De repente toma uma rasteira
E por consequência perde tudo.

É um conforto quem vem
Porque do outro tirou o suor
Mas chega um certo instante
Que essa riqueza se enche de nó
E quanto mais o sujeito se apega
Mais se afunda na merda
E passa a viver na pior.

O dinheiro sujo
Pode até trazer conforto
Mais depois de um certo tempo
Se escorrega pelo esgoto
E o sujeito que era jovem
Agora anda em pleno desgosto
Se afunda num monte de merda
E vive com a corda no pescoço.

O dinheiro quando é fácil
Pode causar grande alegria
Afinal o alarido conquista
A fortuna que queria
E vive instantaneamente
Uma vida de euforia
E quanto mais junta tesouro
Fica mais pobre e vira tolo
E com a corda no pescoço
Se enrosca feito louco.

Ao olhar para sua riqueza
O homem do dinheiro fácil
Bate no peito e cheio de orgulho
Pensa que conquistou o seu espaço
E se esquece que o chicote da vida
Ainda tem força no braço
E quando dá uma pancada
Deixa marcas desesperadas
E causa um terrível impacto.

Não é pecado ganhar dinheiro
Isso muito nos alegra
Desde que seja honesto
Podem vir inúmeras cédulas
E que venha pelo suor do dia
Acompanhado por meio de regras
Assim o sujeito terá sossego
E sua consciência viverá tranquila
Sem ansiedade e sem medo.
                         André Santos Silva


Comentários do autor

   Como são belas as mãos do trabalhador que vive honestamente, que ganha por meio do seu suor o pão de cada dia. Enquanto muitos vivem lutando, outros seguem adquirindo de maneira ilícita grandes fortunas e, muitas vezes retiram dos verdadeiros trabalhadores os direitos essenciais à vida. Mas já diz o ditado "tudo que vem fácil, vai também fácil". Uma hora ou outra a vida dá a resposta até mesmo para as indagações nunca feitas.
   

domingo, 22 de junho de 2014

Poema: Lá vem o São João



É chegada a hora
Dos festejos juninos
A alegria toma conta
Das meninas e meninos.

O milho tá na brasa
O amendoim está cozido
O quentão cheira à gengibre
E a quadrilha vem surgindo.

O forrozeiro puxa o fole
E põe a sanfona pra chorar
A praça logo recebe
Tanta gente a bailar.

O puxador tira a cantiga
O povo começa a se animar
A quadrilha nos alegra a vida
E a cultura se torna viva
Na história desse lugar.

O fogueteiro assume seu posto
E faz barulho de lá e de cá
E com seus rojões logo anuncia
Que a animação não pode parar.

Festa Junina é bom demais
Tem festa na praça com sua gente bonita
Que se diverte alegre e decentemente
E celebra a cultura cheia de vida.
                                    André Santos Silva



Comentários do autor


   No período do São João, o nosso coração se alegra ao celebrarmos essa cultura que há muitos anos marca gerações. É algo que não conseguimos explicar. O clima parece contagiar a todos que cheios de animação só pensam e dançar o famoso forró e se deliciar com as diversas comidas típicas.
   As famílias se reúnem e ao som de uma boa música (o forró) expressam sua alegria e celebram a vida, a união e tantos outros motivos considerados particulares.
   Que todos tenhamos um São João cheio de paz, amor e alegria. E é claro, que não nos falte o forró!


Festa Junina: Origem, história e tradição

Origem da Festa Junina


   Existem duas explicações para o termo festa junina:
   A primeira é em função das festividades que ocorrem durante o mês de junho.
   Outra versão diz que esta festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seria em homenagem a São João.
     No princípio, a festa era chamada de Joanina.

História da Festa Junina e tradições


   Apesar de hoje serem festas católicas, as comemorações juninas antecedem o nascimento de Cristo. Em certa época e durante muito tempo os católicos passaram a associar esta celebração ao aniversário de São João, no dia 24 de junho, mais tarde, os festejos incluíram os dias de Santo Antônio (dia 13) e São Pedro (dia 29).
   Ao longo dos anos, cada região do Brasil comemora de um jeito diferente. O que importa é o ingrediente principal: a alegria.
   Hoje, as festas juninas são entendidas como uma oportunidade para juntar os amigos e a família e se divertir! A decoração é feita com bandeirinhas coloridas, confeccionadas com folhas de papel de seda ou cartolina de diversas cores ou, até as mais originais são as bandeirinhas de jornal ou folhas de revistas coloridas.
   Quando há espaço usam papel laminado nas cores vermelha e amarela para fingir uma fogueira, amassando o papel de forma a imitar as labaredas. As folhas amarelas ficam na parte de dentro, para imitar a chama mais forte do fogo. Junta-se uns gravetos de madeira para colocar em volta e montar a fogueira. Para entrar no clima da festança os participantes da festa se vestem a caráter. Os homens costumam usar camisa xadrez, calça jeans com retalhos coloridos como se fossem remendos das calças, lenço no pescoço, chapéu de palha, bota e um bigode caprichado desenhado com lápis de pintar os olhos.
   Já as mulheres usam vestidos de estampas florais com babados e rendas, cabelo dividido em duas tranças e amarrado com fita, chapéu de palha, meia calça colorida, sapato, batom de cor viva e sardas desenhadas na bochecha com lápis de pintar os olhos. A música típica das festas juninas é um pouco parecida ao forró, e toca todo tempo, embalando o bate papo dos amigos. São tocadas quase sempre as mesmas, como Pula a Fogueira, Cai Cai Balão, Capelinha de Melão, Pedro, Antonio e João etc.
   Há ainda várias brincadeiras como a quadrilha em que geralmente é tocada a música Festa na Roça. A maior atração está na confusão, quanto maior mais divertida se torna a brincadeira.
   Outras brincadeiras comuns são a pescaria, corrida de saco, o ovo cozido na colher, pular a fogueira de mentirinha do papel laminado, a corrida dos três pés, para as crianças. Para os mais jovens, o correio elegante, e até um bingo, que é apreciado até pelas pessoas mais idosas.
   As comidas normalmente são o arroz-doce, canjica, cocadinhas, bolo de fubá, docinhos de amendoim, cuscuz, milho cozido, pinhão. Bolinhos de polvilho, suspirinhos, etc.
   As bebidas mais famosas destas festas são Quentão e Vinho Quente, apreciados por homens e mulheres.

Mais.....


   No Brasil, a data é celebrada desde 1583. O costume foi trazido para cá pelos portugueses e espanhóis, ainda como uma forma de agradecer pelas colheitas, mas também como uma maneira de homenagear os santos do mês de junho.
   O Dia de Santo Antônio, 13 de junho, costuma marcar o início dos festejos. Também são homenageados São João, no dia 24 de junho e São Pedro, no dia 29 de junho.
   O nome joanina teve origem, segundo alguns historiadores, nos países europeus católicos no século IV. Quando chegou ao Brasil foi modificado para junina. Trazida pelos portugueses, logo foi incorporada aos costumes dos povos indígenas e negros.
   A influência brasileira na tradição da festa pode ser percebida na alimentação, quando foram introduzidos o aipim (mandioca), milho, jenipapo, o leite de coco e também nos costumes, como o forró, o boi-bumbá, a quadrilha e o tambor-de-crioula. Mas não foi somente a influência brasileira que permaneceu nas comemorações juninas. Os franceses, por exemplo, acrescentaram à quadrilha, passos e marcações inspirados na dança da nobreza européia.
   Já os fogos de artifício, que tanto embelezam a festa, foram trazidos pelos chineses.
   A dança-de-fitas, bastante comum no sul do Brasil, é originária de Portugal e da Espanha.
   Para os católicos, a fogueira, que é maior símbolo das comemorações juninas, tem suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel acendeu uma fogueira sobre o monte.
   No Nordeste do país, existe uma tradição que manda que os festeiros visitem em grupos todas as casas onde sejam bem-vindos levando alegria. Os donos das casas, em contrapartida, mantêm uma mesa farta de bebidas e comidas típicas para servir os grupos. Os festeiros acreditam que o costume é uma maneira de integrar as pessoas da cidade. Essa tradição tem sido substituída por uma grande festa que reúne toda a comunidade em volta dos palcos onde prevalecem os estilos tradicionais e mecânicos do forró.

http://criancagenial.blogspot.com.br/2008/05/festa-junina-origem-histria-e-tradio.html



quinta-feira, 19 de junho de 2014

Poema: Palavras Ditas


Palavras são belas
Às vezes sujas
De hora em quando gentis
E quando surpreendem, absurdas.

Palavras são bênçãos
Às vezes maldição
De hora em quando revelam
As impurezas do coração.

Palavras são alegria
Às vezes solidão
De hora em quando se chocam
E caem com a cara no chão.

Palavras são ditas
Às vezes esquecidas
Quando são verdadeiras e suaves
Podem salvar a vida.

Palavras são silêncio
De hora em quando dizem muito
E com os gestos se completam
E explicam quase tudo.

Palavras são alentos
Às vezes pedras duras
Quando são ditas absurdamente
São responsáveis por grandes loucuras.

Palavras às vezes geram carinho
E nos fazem mudar de espaço
E nos tornam um passarinho
Sentimo-nos lá nas alturas
Mesmo que seja por um bocadinho.

Palavras às vezes dóceis
Enchem-nos a alma de sabor
Revitalizam o nosso coração
E nos elevam ao estado de amor.

Palavras às vezes são encheções
Quando querem forçar a barra
Quando desejam arrancar aplausos
Ficam toscas e não valem nada.

E se de repente alguma palavra
Causar em nós grandiosa dor
Procuremos a cura por meio do silêncio
Eis a palavra mais sábia e de valor
Ela destrói qualquer insulto
No coração de quem a plantou.

Palavras ditas
Devem ser sempre bonitas
E se assim não for?
Que sejam ditas com respeito
Para que algo aconteça no peito
E as palavras nunca sejam murmúrios 
Jogados ao vento e sem jeito.
                                André Santos Silva



Comentários do autor

   As palavras são recursos importantes para a comunicação do ser humano. Por meio delas podemos expressar os nossos sentimentos e as nossas sensações. 
   Portante, que o nosso compromisso com a vida seja um momento de bela expressão, de palavras de bênçãos. E quando o momento não nos permitir essa tranquilidade, que o silêncio seja o maior gesto de sabedoria e de sábias palavras jogadas ao vento.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Poema: Suor Sagrado



O suor em mim derramado,
É sagrado,
Sacramentado
Na ação do bem fazer,
Do dever,
Querer
E o ter.

É sagrado
Por ser honesto
E ainda ter força
Para correr atrás do resto.

Só me cabe usufruir
Do suor que há em mim.

Cada gota que dele derramo
Eu nunca me esqueço
O quanto me amo.

É por isso, que o meu suor é sagrado
E tem gosto de alento
Por mim conquistado.

O meu suor é sagrado
E não tenho dúvida
Que os frutos advindos dele
Sejam abençoados.

Mesmo que seja duro
Meu suor tem gosto de honesto
E isso nunca me desanima
A correr atrás do resto.
                         André Santos Silva



Comentários do autor

   Todo e qualquer cidadão se sente mais inteirado com o mundo, ou peça fundamental na construção do mundo, quando em seu dia a dia realiza por meio de sua ocupação um feito, mesmo que seja simples. Ter uma ocupação, para muitos, é uma grande dádiva, principalmente, nesse momento intenso que todos vivemos, em que o desemprego assola a humanidade.
   No entanto, é necessário lembrar que muitos valorizam o suor derramado, por meio do seu esforço diário, e se lança com seriedade na realização do seu ofício.
   Parabéns aos cidadãos que se entregam na construção de uma causa e se sentem honrados em derramar o seu suor em favor de uma transformação. Isso sim, podemos chamar de suor sagrado!


sexta-feira, 13 de junho de 2014

Poema: Copa do Mundo



Chegou a Copa do Mundo
E com ela uma grande emoção
Seja criando torcida
Ou gerando manifestação
O peito responde no sul ou no norte
E bate forte, nele, o coração.

É bom reunir a família
E juntos ali, comemorar
Sentir a ansiedade por cada gol
Ao ver a Seleção jogar.

Mas quem torce corre o risco
De mais ansioso ficar
Quando o adversário faz o gol
Meu Deus, o coração só falta pular
Roemos unhas, 
Mordemos a manga da camisa
E procuramos nos acalmar.

Esse momento questionado
Nos toma o coração
Os brasileiros são danados
Tem raça e gana pela nação
Quer ver seu time ganhar
Mas reivindica também o pão,
Quer ver seu time ganhar
E quer saúde de montão
E como acréscimo, exige ainda
Bom transporte e educação.

É um tempo bom
Esse de Copa do Mundo
O sentimento de cada um se intensifica
E vira gigante num segundo
Em todo lugar torcemos alegres
O fraco, o forte e o moribundo
E nasce o desejo singular
De vencer e ser o melhor do mundo.
                               André Santos Silva



Comentários do autor


   Quando se dá início ao mundial do esporte, parece que o nosso sangue ferve. É como se tentássemos nos expressar por meio de cada um dos jogadores, ali no campo, representado a nossa nação. Por mais que façamos manifestações, reivindicamos os nossos direitos, nos sentimos mexidos quando a seleção em campo está. O coração acelera, uma força positiva e revestida de patriotismo toma conta do nosso ser. E o que queremos, é apenas, sermos mais uma vez, entre tantos, os melhores do mundo.
   Força e raça, Brasil!!!


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Poema: Parte de mim



Num belo dia
Na sutileza do Seu coração
Deus pensou no homem
E o projetou com suas mãos.

Criou tudo igualzinho
Com capricho o modelou
E com seu Sopro Divino
Bons caminhos o ensinou.

Deus ainda foi além
E ao contemplar a imensidão
Afastou de todos a tortuosa,
Defasada e sombria solidão.

Fez a bela companhia
E a deu ao homem pelas mãos
Assim estariam firmes
Pra caminhar pela imensidão.

O homem, então, sente o desejo,
Quer o coração ocupar
E pela busca incessante da vida
Quer sua metade encontrar.


Então os corações se cruzam
Disfarçados por um olhar
E desesperados de amor
Com o outro quer estar.

E começa  o grande desafio
Desafio duro feito pedreira
Quando se ama de verdade
O amor vira cobertor de orelha.

O apaixonado coração se alarga,
Começa a grande necessidade
E quer ter sempre por perto
O complemento, a sua outra parte.
                                 André Santos Silva



Comentários do autor

   O Dia dos Namorados é uma data marcante para os casais que decidiram viver e ter uma vida compartilhada a outra vida. Coisas inexplicáveis que só o coração sente, e que mesmo vivenciando essa etapa, não consegue explicar. 
   Homenageio nesse dia todas as pessoas que compartilham e desfrutam do verdadeiro sentido do amor, que amam e respeitam a outra parte, acreditando que a mesma é uma continuidade de si. Em especial, dedico esse poema, a minha noiva, que classifico parte importante de mim.


segunda-feira, 9 de junho de 2014

Poema: O popular casamento



Dizem que o casamento
É um doce feito compota
De cima para baixo são dois dedos de mel
E o resto da vasilha é pura...

Quando o sujeito pensa que se arranjou
Ele se afunda na compota de mel
Descobre que o casamento é muito doido
E amargo feito fel.

Ele experimenta o doce
E com uma colher vai cavando
De repente descobre o amargo
E nele vai se afundando.

Falam também por aí
Que o casamento é uma prisão
Quem está fora quer entrar
E quem tá dentro num permanece não.

Outros afirmam que o tal sujeito
É um traste duro feito osso
É como se alguém estivesse condenado
Com uma corda grossa no pescoço.

Logo vem no casamento 
As despesas do dia a dia
O marido só lamenta
E a mulher vive a sangria
Caso falte gás ou mantimento
Logo começa a euforia.

Ele olha atravessado
Ela o come com a testa
E o casamento vai afundando
E vira um fardo que não presta.

Mas quem tá fora insiste
E quer muito experimentar
Mesmo que o doce fique esquecido
E comece a amargar.
                           André Santos Silva



Comentários do autor
   
   O poema aqui mencionado foi construído a partir de alguns comentários corriqueiros a respeito do casamento. 
   Enquanto um mero escritor, tenho o dever de reproduzir por meio da escrita alguns fatos engraçados do cotidiano, dando um toque de humor até mesmo nos assuntos considerados sérios.  
   Por outro lado, penso mesmo, que o casamento é algo sagrado, instituído por Deus. E que se as pessoas se amam, devem de fato realizá-lo.



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Poema: Assassinato



Mataram o bom senso
E desrespeitaram a vida
Ela que era tão sublime
Hoje é encontro de bala perdida.

Assassinaram os bons costumes
E com eles os valores também
Mas o povo segue aos gritos
Por um momento que convém.

Crucificaram os bons
E com eles boas ideologias
Enquanto isso reina a natureza má
Dos que causam baixaria.

Falta Deus que sai de cena
Por esquecimento da nação
O mundo leva um imenso tombo
E passa a viver de ilusão.

Assassinaram as boas músicas
E lançaram no ar abominações
Muitos se esquecem da bela poesia
Que embalava os corações.

Mas tenho esperança que um dia
Os bons costumes possam voltar
E as famílias com seus ensinamentos
Vivam sempre a despontar.

Então, se mais uma vez tentarem
Os bons costumes assassinar
Serão apenas tentativas em vão
E ideias sem base a fracassar.
                                      André Santos Silva


Comentários do autor

   Não podemos mais viver com a tamanha ignorância que nos consome. Pessoas desrespeitam a vida e isso nos faz seres coagidos em nossa própria raça. 
   Homens conscientes vivendo como se fossem animais, deturpando as leis e causando o terror por onde passam. É hora de retomarmos a direção e dar um novo rumo à vida. Assim, veremos brotar os valores que nos conduzirão ao respeito e ao amor ao próximo.



terça-feira, 3 de junho de 2014

Poema: Somos um só



Somos um só!
Um só!
Só!

Somos um só
Na matéria que é de carne e osso
Mas o fato é que temos vivido
Com a corda no pescoço.

É tanta coisa acontecendo
Que me ponho a imaginar:
Se somos um só, e é tanto absurdo
E se começarmos a nos espalhar?

Dizem que o nosso coração
Deve bater na mesma sintonia
Mas quando muitos chegam em casa
E se entristecem à luz do dia
Não conseguem comer o futebol
Pois a panela está vazia.

É bom comemorar
E não esquecer da obrigação
Afinal quem é a estrela
Nessa comemoração?

Não somos eu e nem Joaquim
E nem o operário do caminhão
Mas sabemos que quem paga o pato
É o povo pobre dessa nação.

Mesmo assim nos alegramos
Em nosso sofá com a televisão
Pois já estamos acostumados
A sofrer como um cão.

Peço, por favor, senhor!
Não me venha com essa lorota que dá dó
Exibe cheio de orgulho na mídia
E diz que agora "somos um só".
Só se for abandonado
Sem piedade e maltratado
Nessa terra em que sofrer calado
É sinônimo de bocó.

Como podemos dizer
Que agora "somos um só?"
O passado ainda peleja,
O presente nos causa um nó.

Então paro e penso
Nessa beleza que nos querem dar
E o fato é que acreditamos
Que a vida começa a mudar.

Enquanto isso lá no quintal de casa
Muita coisa há de faltar
Saúde de qualidade
E um bom lugar pra se estudar.

Quem mandou ficar calado
Vendo o jogo terminar?
Vamos torcer e pedir pra sorte
Para que mude esse placar
Uma goleada no segundo tempo
Não se pode recuperar.
                             André Santos Silva


Comentários do autor


   Hoje ao assistir a um comercial numa emissora de televisão, me senti provocado com a frase que dizia: agora "somos um só". Então, logo pensei: se "somos um só" devemos viver e gozar dos mesmos direitos, afinal somos um só! Negativo!!! Não "somos um só!" Somos diversos, muitos e cada um com um sofrimento particular e cheio de limitações. Por que devo pensar agora que somos um só? Afinal, eu posso utilizar todos os serviços da saúde do meu país? Posso andar a pé tendo direito a barreiras blindadas? Então, não "somos um só"! Por esse motivo, discordo da chamada que quer me empurrar goela abaixo a compreensão do que não se pode compreender. 
   Num país de tantas diferenças sociais, é um tanto quanto bizarro dizer que agora "somos um só".
   Agora "somos um só!" Afinal, cada um em suas necessidades, se sente só, sozinho. A frase dita no sentido de juntar, apenas nos separa, nos isola. Com base em nossa realidade de país com ajustes a serem feitos podemos dizer: agora "somos um só", no sentido de eu sozinho.

   Observação: Quero afirmar que não tenho nada contra a realização da Copa do Mundo no Brasil. Apenas não concordo com muitas etapas do processo de sua preparação. Ressalto ainda, que o poema surgiu a partir dessa reflexão proposta no comentário (comentário do autor).