Vemos coisas nesse mundo
Que não dá nem pra acreditar.
Como é que pode um bicho desses
Nossa noite perturbar?
E se a gente não se previne
Passa raiva, se deprime e não consegue descansar.
No outro dia bem cedo o cabra acorda
Sonolento e de mau humor
E se a cara aparece avermelhada
Foi das pancadas que de si mesmo levou
Tentando matar aquele pequeno bicho
Que vira monstro esquisito e faz do homem um perdedor.
Quando Deus criou essa danada
Deve ter dado a ela uma importante missão
Mas ela foi do seu caminho "desconduzida"
Por artimanhas do cabrunco cão
Que em sua astúcia não cria nada
E em tudo, e de casa em casa, sai por aí metendo a mão.
Ai do homem se não soubesse a arte
Para criar o desconfortável mosquiteiro
Passaria por noites inteiras em claro
E arrancaria seus últimos fios de cabelo
Seria uma luta em vão, dessas que vêm de supetão
E deixa aquebrantado o sujeito.
O homem deita pra dormir
E de repente vem a zoação
Como orquestra tinindo ao pé do ouvido
Feito uma turbina contínua de um caminhão
E se o cabra não toma uma providência
Vê a noite passar e só lamenta e vive horas de frustração.
Não dá mesmo para acreditar
Que esse bicho vindo lá das bandas do além
Consiga nos tirar a paciência de noite
E nos deixar nervosos também
Seu barulho é estrondoso como um exército
E faz o cabra ficar indigesto e perder o sono que tem.
O cão com sua grande astúcia
Querendo mesmo atrapalhar
Parece que dá um canudo de presente à muriçoca
E a ensina como o sangue chupar
A gente se previne e tapa qualquer entrada
E a bicha treina sua espetada e consegue nos ferroar.
Deus criou tudo e fez tudo perfeito
Ele deu à muriçoca uma importante missão
Combater, talvez, outros insetos nojentos
Que causam tanto pavor e inquietação
Mas por obra do cão, o chifrudo encardido
A muriçoca vive descontrolada e sem juízo, e ainda causa destruição.
André Santos Silva
Comentários do autor
As palavras são recursos importantíssimos de interação entre as pessoas. Por meio delas podemos brincar e inventar as mais divertidas situações.
Nesse texto, o autor procura, por meio de um conto, criar uma batalha entre Deus, o cão e a muriçoca, mosquito perturbador que consegue tirar a paz de qualquer ser humano. Isso se dá para alertar ao homem que algumas medidas são importante e devem ser tomadas para amenizar o surgimento desses indivíduos (mosquitos) e suas populações que são nocivos à vida humana.
Afinal, é em água parada que se gera o mosquito!
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