O cachorro é um bicho astuto
Desses movidos a desconfiança
Se o trata com carinho e jeito
Logo se derrete feito criança.
Mas se o rejeita e com ele é grosseiro
Vira um sujeito presepeiro e ninguém o alcança.
Em casa quando o dono sai
Ele, o rabo, fica a balançar
Parece que enlouquece e perde o juízo
E do dono, a atenção quer chamar.
Vira, corre e de tristeza se estrompa
E se acha alguma saída, se apronta, na carreira a se embalar.
Quando o seu dono chega do trabalho
E o seu cheiro, o danado sente
Corre e mais uma vez perde o juízo
E de alegria se faz de inocente.
O bicho se anima e com sua astúcia
Pula no dono e numa labuta, falta falar igual a gente.
Mas há uma simples coisa nessa vida
Que o cachorro nunca mais terá coragem
É de fazer xixi, em pé, pelos muros
Por causa de um boato corriqueiro de maldade
Que invadiu o mundo bizarro dos cachorros
E de cada um deles abriu o olho, ao fazerem suas necessidades.
Um cachorro vergonhoso olhou prum lado
E de pé no canto do muro, cabisbaixo, se pós a mijar.
Como tem gente curiosa, no mundo animal não é diferente
Tem sempre um danado astuto a observar
Foi quando o muro balançou, caiu e matou o mijador
O curioso logo correndo se mandou e espalhou a notícia pelo ar.
Por isso, que sempre hoje em dia
Um cachorro quando precisa urinar
Escora o muro, a parede, o cepo com a perna
Para risco de morte não precisar passar.
E caso o lugar da mijada comece a tremer
Num tiro, o cachorro se põe a correr e terá tempo de sua vida salvar.
André Santos Silva
Comentários do autor
Nas conversas populares podemos extrair os mais engraçados assuntos para desenvolvermos nossas escritas.
Por meio dessa maneira cultural, de contos e causos engraçados, que quase não vemos na sociedade atual, podemos planejar belas histórias, ensinamentos e criar grandes literaturas, que passarão por diversas gerações.
E viva a cultura popular!
Show de bola Andrezinho.
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