quinta-feira, 11 de junho de 2020

Esse tal coração



É mesmo mistério do coração!
Um dia, um simples olhar,
uma dádiva, um gostar,
uma paixão!

Um gesto de doçura,
um palpitar,
um piscar de olhos
e um aperto de mão.

De repente,
surge o grande vilão
que vai crescendo
e se torna imenso
aqui dentro do coração
e nos faz enxergar
uma outra dimensão:
dois caminhos, agora um
numa nova direção.

Esse tal amor, sei não!
Torna a gente bobo, manda no coração
e ainda corrói por dentro,
tal qual um furacão.

E tudo se acalma, ou vira confusão
se os olhares se encontram, meu Deus,
que satisfação!

Uma dança, um beijo,
outro beijo e um aperto de mão.
E dessa forma segue a vida, com amor e inspiração
e esse sentimento fica monstruoso
lá no fundo do coração.
E se a gente se desliga... aí não aguenta não.

SILVA, André Santos. Esse tal coração. Mania de Poeta: a poesia nossa de todo dia. Maiquinique: edição do autor, 2015. pp. 17 e 18.


Comentários do autor

     Poema composto e dedicado à minha amada Myla com todo amor que houver nessa vida!



sábado, 30 de maio de 2020

Resiliência



 Essa vida é mesmo engraçada!

De repente, 
Eis que tudo muda!
E num silêncio,
Alguns corações descansam,
Outros tantos se inquietam...

E o tempo nos mostra 
Que é hora de nos reinventarmos! 
                          
                          André Santos Silva



Comentários do autor


     É preciso nos reinventarmos a cada fôlego de nossa existência. E se, de repente, partirmos desse mundo, brotaremos renovados lá no céu, ao lado do Criador.
           
Em homenagem à Maria das Graças Nunes - nossa eterna Graça. 
Grupo de Oração Maranatá    



quinta-feira, 14 de maio de 2020

Resistir



O que pensar da vida
Em tempos de grande ousadia
Saber que ser forte é necessário
Em meio a tantas ânsias e agonias?

Num relance percebe-se que a vida, 

Aos poucos, precisa descansar,
Aliviar-se de tantas incertezas
Que o coração insiste em propagar.

O que então pensar 

Quando se sentir ociosa a vida
E na pureza da brisa que nos envolve
Ela se cansar e não der o impulso de partida? 

Num ímpeto, a vida deixa de estar apreensiva,

Vence as futilidades do destino
Segue-se convicta e se fortalece:
E deixa que o tempo lhe aponte um novo caminho.
                                        
                                        André Santos Silva



Comentários do autor:


    Viver é a única razão pela qual a alma nunca deve se cansar. É motivo puro e sempre vívido nos dias difíceis. 
    E se, de repente, a vida se cansar? Pare, respire e retome a caminhada. O universo apontará um caminho e proporcionará uma nova motivação.
     Seja vivo!


quinta-feira, 23 de abril de 2020

Um alento



A vida, às vezes, com seus mistérios 
Aponta caminhos que fogem da direção.
Deixa turvos os novos horizontes
E dilacera, por ora, o coração.

Com suas façanhas inesperadas
Faz renascer em nós uma fagulha de fé
Na alma causa um rebuliço danado
Que nos impulsiona a driblar a maré.

Nesse instante, surge um silêncio:
Terno tempo de descanso ao coração.
Perceptível pelos olhos que buscam no divino
O conforto da alma pelo perdão.

Então, me retraio e alimento a fé
Firmo um desejo, um novo pensamento
Vou desacelerando toda inquietação qualquer
Na esperança que a vida nos traga um vívido alento.

                                                    André Santos Silva

Comentários do autor

     O poema "Um alento" desafia o ser humano a acreditar no silêncio que promove mudanças essenciais à condução da vida. Ao mesmo tempo nos impulsiona a termos esperança na humanidade que, guiada pela fé, seja capaz de interferir e transformar tudo aquilo considerado necessário. 
       Nasce então, um novo olhar sobre a vida!

Observação: a imagem foi retirada da internet.



sexta-feira, 17 de abril de 2020

Abraçar



Num despontar de um dia simples 
Sob a luz do sol, tudo se modifica.
A vida se espreme, se enrola, se desenrola
E num instalo de bem-querer, 
A certeza que fica
É que tudo há de passar!

Os planos de ontem
Agora, terão que esperar.
De repente, um instante, um silêncio...
E a vida que era tão bonita, tão vívida
Que brotava dos sonhos simples
Começa a se contorcer e a se complicar.

O beijo dado logo pela manhã...
Acalme-se, não poderá hoje.
O aperto de mão
Não mais será entre dois.
E o abraço que nos aproxima
Talvez aconteça se, de fato, for sina.

As mãos se distanciam
O carinho, agora, é por conta de um olhar
E todos, mesmo estando perto,
Do abraço, precisam se esquivar.
Enquanto isso, a vida segue
E o coração, mesmo que se acelere, 
No peito, não para de palpitar.

Em casa, num humilde aconchego
A impaciência logo surge.
O tédio e o medo  tendem a vigorar
Os ânimos, antes por um triz, se enrijecem
E, num ímpeto, entende-se 
Que é hora de se reinventar.

Devagar respiro, desacelero 
E mais tranquilo, acalmo o coração,
Mas na cabeça surge um pensamento, 
Depois outro, mais outro
E sem pestanejar, ligeiramente,
Vem a mim um turbilhão: 

Sonhos,
Pensamentos.
Gentileza,
Momentos. 
Incertezas,
Planejamentos...

Agora, voltar não se pode mais.
Seguir, mesmo incerto, pois é preciso tentar.
Deixar a vida encontrar o seu encanto
Para que em algum lugar, ou em todos os cantos
Renasça a magia do aperto de mão, do abraço, do beijo
E o calor humano em poder, de novo, se abraçar.

                                                      André Santos Silva



Comentários do autor

     Vivemos um tempo de muitas incertezas e de grandes questionamentos. Tempo esse que precisamos reorganizar a nossa vida e nos revestir de calor humano para que, juntos, possamos prosseguir nossa estrada e abrir os caminhos necessários para a condução de nossa vida. 
     O poema "Abraçar" traz, justamente, essa ideia do processo da metamorfose que precisamos passar, até que revivamos gestos simples, costumeiros e tão essenciais, como o ato de nos abraçarmos.