terça-feira, 30 de julho de 2013

Poema: Ir á luta é preciso



Um dia ao acordar,
pensei em juntar tudo que tinha e sair,
ir à luta, conhecer o mundo,
buscar novas ideias.

Então, tirei a carapuça,
aportei-me da força 
que em meu peito vive
e decidido partir. 

Mal iniciei
e fui tragado pela incerteza
que ao meu lado caminhava
deixando-me inseguro,
frio, descrente, vulnerável...

Olhei a minha frente 
e quis prosseguir,
mas o medo ainda estava ali.

Nesse instante percebi
que mapa eu não tinha
e que o caminho não conhecia.

Decididamente prossegui
e mais uma vez aportei-me da força 
que em meu peito vive
e mais tranquilo pude caminhar.
                        André Santos Silva


Cometários do autor

   O ser humano deve ser livre para alçar novas conquistas. Muitas vezes o medo o impede, tornando-o fraco, inseguro e até mesmo descrente.
   Nesse instante é importante que nos motivemos com a força interior que possuímos e num gesto sublime de ímpeto nos lancemos na construção de um novo caminhar.
   Dessa forma, sairemos do comodismo e o que queremos de fato conquistar, será uma consequência das nossas ações.

    




domingo, 28 de julho de 2013

Poema: Homem simples



Diante de tanta dor,
será que eu ainda terei força
para plantar o amor?

Diante de tanta falta de fé

que tanto nos confunde o coração,
será que eu conseguirei ser mais irmão?

Diante de tanta paz interrompida:

o fim da vida, 
o caos, 
o homem brutal,
será que acharei isso normal?

Queria mesmo, 

ter o coração de São Francisco
para não ser arisco
e viver um amor bonito.

Despor-me das vestes da ganância

seguir e trilhar um caminho novo,
leve, tal qual uma criança.

Diante dos fatos que cercam o nosso dia

será que ainda teremos alegria?
Queria ser tal qual Francisco de Assis,
ter esperança e a cada dia ser mais feliz.

Queria viver sem me preocupar,

como os pássaros que têm os lírios,
o grão, o trigo e a emoção
de ser livre e voar.

Ah, se o meu coração seguisse os caminhos

que seguiu o coração de Francisco de Assis!
Contemplaria mais de perto o Senhor
e com o Seu amor eu seria mais feliz.
                                     André Santos Silva



Comentário do autor:


   Ao ouvir a Oração de São Francisco de Assis, pensei: Meu Deus, do que precisamos de fato para sermos felizes? Temos saúde, uma casa, o pão de cada dia e ainda moramos numa cidade tranquila.
   Nessa reflexão, não quero levantar questões políticas referentes às mudanças essenciais à qualidade de vida e seguimento dos direitos do cidadão. Pois sei que isso é um dever dos governantes.
   Mas quero seguir pensando que a modelo do simples, podemos viver sem perder a nossa essência de vida.
   Podemos promover a paz, a tranquilidade, a irmandade e seguir um modelo de vida pautado nas conquistas, sem derrubar o outro, nos preocupando com o outro e nos sentindo parte do outro.
   A nossa vida caminha por arestas tão perdidas que não temos mais tempo para refletirmos sobre o que nos acontece, sobre os fatos que circulam e sobre essa distância (de nós para com o outro, do outro para conosco e de nós para com Deus) que se aproxima da raça humana a cada dia.
   Assim, estamos caminhando longe de um mundo mais justo. E a vida passa a ser vista como algo banal. O caos então, passa a ser normal e essa normalidade torna a humanidade mais distorcida e distante de uma qualidade de vida.

Oração de São Francisco


Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Oh mestre, fazei que eu procure mais
Consolar que ser consolado,
Compreender que ser compreendido,
Amar que ser amado,
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se vive
Para a vida eterna.

   A oração de São Francisco não foi feita pelo mesmo. Apenas inspirada no espírito franciscano.

Como Surgiu a Oração de São Francisco 



   Não raro, as grandes coisas têm origem humilde. O Amazonas, o maior rio da Terra em volume de água, nasce de uma insignificante fonte entre duas montanhas de mais de cinco mil metros de altura ao sul de Cuzco, no Peru. O São Francisco, o rio da unidade nacional, se origina de uma pequeníssima fonte no alto da Serra da Canastra em Minas Gerais. Lentamente as águas vão se somando a outras águas até formarem rios caudalosos que deságuam no vasto mar.
   Algo semelhante ocorreu com a Oração pela Paz. Nasceu anônima, na periferia, sem que ninguém lhe desse importância especial. Aos poucos, seu conteúdo belo e inspirador foi acalorando corações e acendendo mentes. Como um raio de luz que segue seu curso pelos espaços sem fim, a Oração pela paz foi se difundindo até ganhar o mundo inteiro.
   Nela tudo é verdadeiro e convincente. É tão simples que pode ser compreendida por todos. É tão recitada por crianças budistas no Japão, por monges taoístas no Tibete, por mulçumanos no Cairo, por babalorixás em Angola, por papas cristãos em Roma, pelos fiéis das comunidades de base na América Latina e até por operários em manifestações e greves. Todos sentem que esta oração traduz, de forma extremamente inspirada, desejos ancestrais da humanidade. Ela vem ao encontro de demandas por paz e tolerância, imprescindíveis para a perigosa travessia que fazemos atualmente do local ao global, do nacional ao planetário, das muitas sociedades a uma única sociedade mundial.
   Quando aparecem orações com tal nível de inspiração e de universalidade, é sinal de que têm como autor o próprio Espírito Santo. Ele costuma atuar de forma anônima na suavidade dos corações abertos ao divino. Assim deve ter atuado no autor desconhecido que, cheio de ardor espiritual, deu forma à oração posteriormente atribuída a São Francisco de Assis.
   A Oração pela Paz apareceu pela primeira vez em 1913 numa pequena revista local da Normandia, na França. Vinha sem referência de autor, transcrita de uma outra revista tão insignificante, que nem deixou sinal da história, pois não foi encontrada em nenhum arquivo da França.
   
Da periferia para o centro

   A Oração de São Francisco se universalizou a partir de sua publicação no Ossevatore Romano, órgão oficioso do Vaticano, no dia 20 de janeiro de 1916. No dia 28 de janeiro do mesmo ano foi publicada no conhecido diário católico francês La Croix. Era o tempo da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e por todas as partes faziam-se orações pela paz.
   Como a Oração pela Paz ou a Oração de São Francisco chegou ao Vaticano para daí começar sua difusão pelo mundo?
   Por toda a cristandade, nas dioceses e paróquias, faziam-se fervorosas orações pelo fim da guerra que devastava e envergonhava a Europa, berço da assim chamada civilização ocidental e cristã. O fundador do semanário católico Souvenir Normand, Marquês de la Rochetulon, enviara ao Papa Bento XV várias orações pela paz. Não se sabe se eram de sua autoria ou se as recolhera entre as que circulavam no meio do povo.
   É sábio que essas orações chegaram ao Papa porque existe o bilhete do importante Cardeal Gasparri agradecendo ao Marquês de la Rochetulon em nome de Bento XV. Aí se faz interessante revelação: todas as orações, inclusive essa de São Francisco, eram dirigidas ao Sagrado Coração de Jesus, devoção introduzida em toda a Igreja no final do século XIX.
   Com essa devoção ao Sagrado Coração de Jesus se pretendia resgatar uma dimensão esquecida no cristianismo tradicional: a riqueza da santa humanidade de Jesus, de seu amor incondicional, de sua misericórdia, de seu enternecimento para com todos, especialmente para com os pobres e os pecadores, as crianças e as mulheres.

De Oração pela Paz a Oração de São Francisco


Por que essa Oração pela Paz passou a ser chamada de “Oração de São Francisco”?

   Por uma simples casualidade histórica que, no entanto, encerra um significado revelador. Pois há entre as características do Coração de Jesus e as características de São Francisco uma conaturalidade surpreendente. Não sem razão São Francisco é chamado de “o Primeiro depois do Único” ou o Alter Christus, o outro Cristo.
   Pouco tempo depois da publicação da oração pela Paz em Roma, um franciscano, Visitador da Ordem Terceira Secular de Reims, na França, mandou imprimir um cartão tento de um lado a figura de São Francisco com a regra da Ordem Terceira Secular na mão e do outro a Oração pela Paz, com a indicação da fonte: Souvenir Normand. No final uma pequena frase dizia: “essa oração resume os ideais franciscanos e, ao mesmo tempo, representa uma resposta às urgências de nosso tempo”. Essa pequena frase se tornou o elo revelador. Permitiu que a oração deixasse de ser apenas Oração pela Paz para ser também conhecida como “Oração de São Francisco” ou a Oração da Paz de São Francisco de Assis.
   Assim, essa oração passou a ser, simultaneamente, um resumo da devoção ao Sagrado Coração de Jesus e da espiritualidade franciscana. Curiosamente a oração de consagração ao Sagrado Coração de Jesus publicada por Leão XIII em 1899 tem uma estrutura semelhante à atual Oração de São Francisco, especialmente as tríades: discórdia/união, erro/verdade, trevas/luz.
   As demais contraposições ódio/amor, ofensa/perdão, dúvida/fé, desespero/esperança, tristeza/alegria estão ancoradas na pregação de Jesus e na sua prática libertadora. Sua presença e sua palavra transformam a realidade: onde há ódio surge o amor, onde há ofensa aparece o perdão, onde há dúvida irrompe a fé, onde há desespero nasce a esperança e onde há tristeza sorri a alegria.
   A segunda parte – “fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado” – constitui uma característica fundamental do cristianismo, a completa abnegação de si mesmo e daquilo que nos é mais caro para poder radicalmente servir o outro.
   A terceira e última parte – “pois é dando que se recebe; é perdoando que se é perdoado; e é morrendo que se vive para a vida eterna” – é igualmente fundada nos textos do Evangelho:
   - daí e vos será dado (Lc 6, 38)
   - perdoai e sereis perdoados (Lc 6, 37)
   - quem procurar preservar a vida, há de perde-la, e quem a perder, há de conserva-la (Lc 17,33)
   - quem ama sua vida acabará perdendo-a; mas quem odiar sua ida neste mundo vai guardá-la para a vida eterna (Jô 12, 25)
   Conclusão: o grande parentesco entre a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e a devoção a São Francisco de Assis permitiu que as características de uma fossem atribuídas ao outro. Isso nos faz lembrar a famosa frase do Padre Antônio Vieira em seu sermão sobre as Chagas de São Francisco: “Vesti Cristo e tereis Francisco, desvesti Francisco e tereis Cristo.”
   Essa conaturalidade aparece, por exemplo, nos escritos de São Francisco chamados Admoestações, em especial na de número 27. Aí encontramos nítido o espírito da Oração pela Paz:
   “Onde há amor e sabedoria não há medo nem ignorância.
   Onde há paciência e humildade não há ira nem perturbação.
   Onde há pobreza e alegria não há cobiça nem avareza.
   Onde há paz e meditação não há desassossegado nem dissipação.
   Onde o temor de Deus guarda a casa, o inimigo não encontra portas.
   Onde há misericórdia e descrição não há excesso nem dureza de coração.”
   Aparece também na oração de um dos discípulos mais místicos e profundos de São Francisco, o beato Egídio de Assis:
   “Se amares, serás amado;
   Se venerares, serás venerado;
   Se servires, serás servido;
   Se tratares bem os outros, serás também bem tratado.
   Entretanto,
   Bem-aventurado aquele que ama sem ser amado,
   Bem-aventurado aquele que venera sem ser venerado,
   Bem-aventurado aquele que serve ser servido,
   Bem-aventurado aquele que trata bem a todos sem ser bem tratado.”
   Eis espelhada aqui a força do amor incondicional. Ama por, amor pelo valor intrínseco do ato de amar, sem esperar qualquer retribuição. Esse é o amor que Deus tem para com seus filhos e filhas, mesmo ingratos e maus. Esse, o amor do Sagrado Coração de Jesus. Esse, o amor que incandesceu São Francisco. Esse, o amor que consome todos os místicos como São João da Cruz ou o Sufi Rumi. Esse, o amor que salva eternamente qualquer pessoa, funda a paz, redime o mundo e constitui o sentido secreto do universo.


   Fonte: Livro A Oração de São Francisco, Leonardo Boff.








sábado, 27 de julho de 2013

Poema: Oração de agradecimento



Obrigado, Senhor Deus, por esta semana
e por todas as outras que se passaram... 
e por minha vida... 
e por minha família... 
e por meu trabalho... 
e por tudo que recebo de Tuas mãos.

Mas quero e o meu coração pede,
que eu agradeça, agora, 
com muita força,
com muita intensidade,
com muita lealdade,
com muita humildade, por esta semana.

É simples, Senhor:
Sei que sou abençoado todos os dias,
sei ainda que a Tua presença em minha vida
é constante,
e que tamanho amor não tem explicação.

Mas quero agradecer, Senhor, 
agora, 
sem demora, 
por esta semana.

É simples, Senhor:
o mundo inteiro se concentrou aqui no Brasil,
rezou no Brasil,
e com certeza, pelo Brasil,
e por uma semana inteirinha, 
para ouvir Tua palavra,
para sentir  com mais amorosidade
a simplicidade do Teu coração. 

Os jovens disseram um sim a Deus,
o Brasil disse sim a Deus,
tantos irmãos advindo de outros países,
disseram sim a Deus.
Tantos irmãos de outras denominações religiosas, 
disseram sim a Deus,
como fez Maria, ao dizer sim à vida, que é Jesus Cristo.

Por isso quero agradecer, Senhor, por esta semana.
Agradecer pelos jovens do mundo inteiro,
que poderiam estar em tantos outros lugares,
longe da Tua palavra. 
No entanto, disseram "não!"
Preferiram estar aqui
e na simplicidade,
humildade
e sintonia
do coração do Papa Francisco, 
gritaram para todo o mundo:
Viva Jesus Cristo!

Obrigado, Senhor, nosso Deus.
Obrigado por esta semana!
E pelas outras... e pelas outras!
                         André Santos Silva


Comentário do autor


   "Feliz é a nação cujo Deus é o Senhor". Essa frase nos acompanha, por longos anos. E para os que creem, com certeza por toda a nossa vida. 
   Vivemos em um mundo caótico, onde desgraças são constatadas a todo instante. Onde muitas vezes a vida não é respeitada em sua essência. Onde o homem sensato vive sufocado e paga um preço por ser honesto e querer vida digna à nação, à família e em especial aos filhos e filhas de Deus.
   Quantas mensagens de esperança ouvimos essa semana? Quantos jovens ao viverem com intensidade, momentos com o exemplo de homem sensato que é o Papa Francisco, deixarão de trilhar caminhos tortuosos que não garantem a qualidade da vida?
   É verdade! Somos povo de Deus e nascemos para trilhar caminhos que nos garantam a paz, a vida, a liberdade em Deus e focada em Deus.
    Muitos reclamam, falam da juventude e dizem que esse mundo está perdido e que não tem mais jeito. Então, qual a salvação, para que a vida aconteça de fato, com respeito, com um olhar de cuidado sob a vida do outro? Não tenho dúvida, que a consciência é o principal antídoto de salvação dessa nossa humanidade doente.
   Enfatizo, que cada vez que o homem olhar para si e para o outro e reconhecer nessa duas esferas a presença e semelhança de Deus, sem sombra de dúvida, haverá um nação, um mundo pautado no amor.
   Assim poderemos dizer de fato que Jesus reina e que a vida é o maior motivo da existência humana. 
   E viva Jesus Cristo nosso grande modelo de vida! 
   E viva o Papa Francisco, homem grande de Deus! 
                                        André Santos Silva





quinta-feira, 25 de julho de 2013

Poema: A caverna é apenas uma caverna



O segredo da vida
é um verso que eu ainda não fiz.
Está no dia em que não fui feliz

O segredo da vida tá escondido
no instante infinito de amor, de dor, 
de alívio e de sabor.
E por que não no dissabor?

Está na lição que ainda não aprendi,
na comida simples que não comi,
no cheio de mato verde, terra molhada
e tantas outras coisas que não senti.

Ah, vida!
Se eu pudesse adentrar os seus segredos!
Tiraria de mim os medos, 
as incertezas, as fortalezas, 
as manhãs sombrias, as tristezas.

O segredo da vida não tem segredo.
Quer uma dica? 
Viva sem medo, sem ter um jeito:
um modelo, uma receita, um segredo.

O segredo da vida 
é sair da antiga caverna,
bem devagar, 
mesmo que tenha pressa.

Confesse ao mundo 
que viver, apenas requer riscos.
E que o risco seja ser feliz!
                           André Santos Silva

Comentário do autor


   O poema acima foi escrito, após uma reflexão  do texto filosófico - O Mito da Caverna - numa aula de Redação com os meus alunos do Curso-Pré Vestibular. 
   Ao chegar em casa, pensei no que representava a caverna diante das opiniões que ouvi em sala, e vi que muitos que opinaram na aula, começam a abandonar a antiga caverna e a alçar voos importantes e determinantes: o que marca uma nova visão de vida e mudanças de hábitos, no que diz respeito a vontade de se lançar ao universo do conhecimento. 


O mito da caverna
(Platão)
                                                        

   Imaginemos todos os muros bem altos separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali.



   Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, onde são projetadas sombras de outros homens que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.



   Imagine que um dos prisioneiros consiga se libertar e, aos poucos, vá se movendo e avance na direção do muro e o escale, enfrentando com dificuldade os obstáculos que encontre e saia da caverna, descobrindo não apenas que as sombras eram feitas por homens como eles, e mais além todo o mundo e a natureza.
   Caso ele decida voltar à caverna para revelar aos seus antigos companheiros a situação extremamente enganosa em que se encontram, correrá, segundo Platão, sérios riscos - desde o simples ser ignorado até, caso consigam, ser agarrado e morto por eles, que o tomarão por louco e inventor de mentiras.

Biografia de Platão


   Este importante filósofo grego nasceu em Atenas, provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347 a.C. É considerado um dos principais pensadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental. Suas ideias baseiam-se na diferenciação do mundo entre as coisas sensíveis (mundo das ideias e a inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e a matéria).
   Filho de uma família de aristocratas, começou seus trabalhos filosóficos após estabelecer contato com outro importante pensador grego: Sócrates. Platão torna-se seguidor e discípulo de Sócrates. Em 387 a.C, fundou a Academia, uma escola de filosofia com o propósito de recuperar e desenvolver as ideias e pensamentos socráticos. Convidado pelo rei Dionísio, passa um bom tempo em Siracusa, ensinando filosofia na corte.
   Ao voltar para Atenas, passa a administrar e comandar a Academia, destinando mais energia no estudo e na pesquisa em diversas áreas do conhecimento: ciências, matemática, retórica (arte de falar em público), além da filosofia. Suas obras mais importantes e conhecidas são: Apologia de Sócrates, em que valoriza os pensamentos do mestre; O Banquete, fala sobre o amor de uma forma dialética; e A República, em que analisa a política grega, a ética, o funcionamento das cidades, a cidadania e questões sobre a imortalidade da alma.


Ideias de Platão para a educação

   Platão valorizava os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento. De acordo com Platão, os alunos deveriam descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. A educação deveria funcionar como forma de desenvolver o homem moral. A educação deveria dedicar esforços para o desenvolvimento intelectual e físico dos alunos. Aulas de retórica, debates, educação musical, geometria, astronomia e educação militar. Para os alunos de classes menos favorecidas, Platão dizia que deveriam buscar em trabalho a partir dos 13 anos de idade. Afirmava também que a educação da mulher deveria ser a mesma educação aplicada aos homens.


Frases de Platão

"O belo é o esplendor da verdade".

"O que mais vale não é viver, mas viver bem".

"Vencer a si próprio é a maior de todas as vitórias".

"O amor é uma perigosa doença mental".

"Praticar injustiças é pior que sofrê-las".

"A harmonia se consegue através da virtude".

"Teme a velhice, pois ela nunca vem só".


"A educação deve possibilitar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza que podem ter".
   www.suapesquisa.com/platao/



Questões para entretenimento:


1ª. A partir da leitura do Mito da Caverna, é possível fazer uma reflexão extremamente proveitosa e resgatar valores de extrema importância para nossa vida?


2ª. Além disso, essa reflexão nos ajuda na formulação do senso crítico?

Participe! Envie seu comentário pela página do blog. Tenha uma boa leitura e uma ótima reflexão!





terça-feira, 23 de julho de 2013

Poema: Labirinto



Na história de literatura pode tudo,
Nos contos de fadas tudo pode,
A onça casa com o tatu
E o tatu com a mulher do bode.

Mas isso dá uma confusão
Dessas que quem puder
Nem queira presenciar
É bicho grande atrás de bicho
E um pega pra capá.

Rato briga com gato
E gato apanha pra daná
Aquele animal que é peçonhento
Fica bonito a nos conquistar
E todos ficam contra o gato
Que se torna um bicho má

Num desses dias na cozinha 
Um truvejo pude presenciar
Quase morro de tanto susto
Mas não quis intercalar

O pobrezinho do rato
Que na vida real é peçonhento
Deu um berro pavoroso
E se jogou labirinto a dentro.

O gato me olhou assustado
E nem quis me esperar
Eu com cara de homem bravo
O rato, comecei a procurar.

Onde está esse danado,
Tá aqui ou acolá?
Agora crianças, me ajudem
O rato, encontrar!

Caso isso não aconteça
Na mão do gato ele vai penar
E vai viver muito triste
Na literaura desse lugar.                             
                    André Santos Silva



Comentário:
Esse poema foi composto para trabalhar matemática com a minha turma do 5º ano. Nele explorei conteúdos como: Simetria, gráficos e malhas. Além de enfatizar aspectos da cadeia alimentar.




domingo, 21 de julho de 2013

Poema: Maria Pimenta


Numa noite escura qualquer
Maria saiu de casa as pressas, à pé
Não quis pegar o carro
Teve medo do vei Queler (pai)
Que abre mesmo o verbo
E faz um escarcer
E se as filhas chegam tarde
É confusão pra quem quiser.

Maria foi à festa
Pois, tava namorando escondido
Conheceu um belo rapaz
Que deixou seu coração enchavido
Tava muito apaixonada
E por ele corria perigo.

O que Maria não se lembrava
Era que seu pai levantava a noite inteira
E ela na pressa pra sair
Se enfiou numa confuseira
Esqueceu a chave de casa
Tava feita a desgraceira.

O vei trancou a porta 
E armou a ratoeira.
Quem manda ser desobediente
E querer viver de molequeira?
Agora vai ficar do lado de fora
Sem era e nem bera
Até que Queler abra a porta
E a encontre de bobeira
E com o cinto grosso e de sola
Corte suas canelas inteiras.
                      André Santos Silva



Comentário: 
Foi muito legal compor esse texto. Fiz com o objetivo de trabalhar com os meus alunos do 5º ano, a confiança diária, o falar a verdade: valores que adquirimos e construímos com bons exemplos. 






segunda-feira, 15 de julho de 2013

Poema: Minha Maiquinique (61 anos de emancipação política - ano 2023).


Minha Maiquinique
Cidade Grafite da Bahia


    

    


Cidade bela,
Com uma visão natural.
És linda e formosa,
Minha querida Terra Natal!
Tu vens com um calor fatigante,
Natural e radiante,
Surgida do alto céu,
Dando vida ao teu semblante.
Querida Maiquinique, és, para mim,
Preciosa como um diamante!
Um dia, ao acordar,
Verei Maiquinique crescida,
Tendo força e vontade
Para lutar pela vida.
Vida justa, sim, é um direito da nação.
Quero ver Maiquinique linda,
Tendo como base a educação.
Vivida por um povo que luta,
Ama e tem paixão
De ver a nossa Maiquinique desenvolvida,
Sem precisar de solidão.
Mas a vida ainda é sofrida
Nessa terra de perfeição.
Porém, uma coisa afirmo, com certeza,
Amo-te, Maiquinique,
De todo o meu coração!  
                               André Santos Silva  


Maiquinique, Cidade Grafite da Bahia



   Maiquinique é um município brasileiro do estado da Bahia. Tem como principal função econômica a pecuária, a agricultura de subsistência e possui um polo de extração de minério, o grafite. O município de Maiquinique, com área de 413.863 Km², localizado ao Sudoeste da Bahia e ao Nordeste do Brasil, fica a 741 Km de Salvador e tem uma população de 9.182 habitantes, com um clima quente e úmido. 
   A palavra indígena Maiquinique vem do Tupi-Guarani, significa Rio de Peixes Pequenos.

Memórias de uma Maiquinique em formação






 



























































HISTÓRIA DE MAIQUINIQUE




   Os primeiros habitantes foram os índios Botocudos, antropófagos que habitavam a região na época. O município de Maiquinique começou a surgir a partir do ano de 1934, porém foi oficialmente fundada em 20 de Janeiro de 1935 por Francisco Martins de Almeida. O seu território originando-se da propriedade de Permínio Melo Flores que possuía no local um armazém e uma hospedaria que abrigava os viajantes, tropeiros e boiadeiros naquele tempo. Esta propriedade foi vendida ao Sr. Aleixo Pereira Passos, que doou quatro alqueires a Francisco Martins de Almeida visionário que incentivou a criação de um pequeno arraial cujo nome, Maiquinique é devido ao rio que banha a região.
   No local onde hoje é Maiquinique, só havia uma velha estrada, onde as pessoas sempre passavam e os boiadeiros conduziam a boiada. Permínio Melo e família moravam na beira dessa estrada, onde havia uma casa e um barracão que hospedava os viajantes; havia também uma venda e uma lojinha. Como Francisco Martins tinha vontade de formar no local um povoado consequentemente uma cidade a partir desse interesse reuniu alguns homens e fizeram um mutirão e criaram uma abertura com a roçagem da área pelos senhores: Maçu Gato, Anízio Bonifácio, Simião Magro, Marciano Rocha, João Porto, Jacinto Filho, Alvino Chaves, José Furtuoso, João de Inácio, Francisco José dos Santos, entre outros.
   Como naquele tempo não havia recursos para fazer tijolos e o cimento era difícil, ergueram suas casas com parede de enchimento e cobertura de palha. As primeiras casas que foram feitas estão localizadas onde hoje é a Praça Lomanto Júnior. (a primeira feira livre funcionava no mesmo local). Um ano depois, já em 1936, fizeram a escritura no município de Macarani e registraram na prefeitura. Então Maiquinique ficou sendo povoado pertencente ao município de Macarani. Após o surgimento do povoado, deu-se a doação de terras pertencidas ao senhor Francisco Martins de Almeida e sua esposa Felismina Alves Martins, no dia 23 de abril de 1946, tendo como donatário a Prefeitura Municipal de Macarani. Entre as décadas de 1940 e 1950, já havia varias casas na localidade. As primeiras ruas nasceram em torno da Praça Lomanto Jr. tais como: Rua Francisco Martins, Rua Tertulino Silveira Lima, Rua 7 de Setembro, Rua 16 de Julho e a Ruy Barbosa. Em 1953 Maiquinique subiu de categoria, deixou de ser povoado e passou a ser distrito.
   Maiquinique veio a ser emancipada após 27 anos de sua fundação, em 16 de Julho de 1962 pelo decreto do ex-governador, Juracy Magalhães, elevando Maiquinique a categoria de município, criado com território desmembrado do município de Macarani, por força da Lei Estadual nº 1718, de 16.07.1961, passando a ser Comarca de Macarani. Em 18 de abril de 1969, o então prefeito de Maiquinique, Nelson José de Oliveira, adquiriu dez hectares de terras pertencidas a Alfírio Alves Ferreira, onde foi instalado o distrito de Pouso Alegre, pertencente ao município. A sede de Maiquinique hoje limita-se ao nascente com a propriedade de Beline Santos e Lourival Oliveira, ao poente com a propriedade de Adauto Meira, ao norte com o Rio Maiquinique, e, ao sul com propriedade de Lourival Oliveira e Nadir Alves.

CURIOSIDADES

O primeiro prefeito de Maiquinique, foi Luiz Rodrigues Silva, no mandato de 1° de Janeiro de 1963 a 31 de Dezembro de 1966. O qual era vereador do município de Macarani, quando Maiquinique ainda era distrito da mesma.


O segundo Prefeito de Maiquinique, foi Nelson José de Oliveira, que administrou de 1967 a 1970.

O terceiro prefeito de Maiquinique, foi Nataniel Souza Silveira, administrou com mandato de 2 anos, de 1° de Janeiro de 1971 a 31 de Dezembro de 1972.



O quarto prefeito foi Claudionor Coelho dos Santos, com mandato de 4 anos, que administrou de 1973 a 1976.



O quinto prefeito foi novamente Nataniel Souza Silveira, no seu segundo mandato, no período de 1977 a 1982. Considerado o prefeito que mais trabalhou em benefício da cidade realizou diversas obras.


O sexto prefeito foi Nemésio Meira Júnior, com mandato de 4 anos, de 1983 a 1988.


O sétimo prefeito foi José Francisco de Lacerda, que administrou de 1989 a 1992.

O oitavo prefeito foi novamente Nemésio Meira Júnior, que administrou pelo segundo mandato, de 1993 a 1996.


O nono prefeito foi novamente José Francisco de Lacerda, pelo seu segundo mandato o qual administrou de 1997 a 2000.

O décimo prefeito foi Dernilson de Souza Porto, que administrou de 1° de janeiro de 2001. 



   Ele se afastou por problemas de saúde, em 25 de Maio do mesmo ano, quando assumiu o vice- prefeito, Wilian Faria Valadão. Depois de 3 meses, o prefeito Dernilson voltou a administrar o município, continuando com problemas de saúde, e renunciou definitivamente do cargo de prefeito em 14 de novembro de 2001, assumindo então definitivamente Wilian Faria Valadão como prefeito. 


   Depois de alguns meses à frente da prefeitura de Maiquinique, em viagem de visita a sua família em São Paulo, foi assassinado com dois tiros a queima roupa o então prefeito Wilian Faria Valadão, no dia 23 de março de 2002. Veio assumir a prefeitura o Presidente da Câmara, Nivaldo Sousa Guimarães, em 25 de março de 2002, onde ficou 90 dias como prefeito interino, até que fossem realizadas novas eleições, o qual disputou as eleições e venceu seu concorrente Nemésio Meira Júnior.

O décimo primeiro prefeito foi Nivaldo de Sousa Guimarães, no período de 16 de julho de 2002 a 31 de Dezembro de 2004.



O décimo segundo foi novamente, pela terceira vez, Nemésio Meira Júnior, que administrou de 1° de janeiro de 2005 a 31 de Dezembro de 2008.


O décimo terceiro prefeito foi Jesulino de Souza Porto, no mandato de 1° de Janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2012.


A décima quarta prefeita é Maria Aparecida Lacerda, popularmente conhecida com o pseudônimo de Minininha. Assumiu a prefeitura em 1º de janeiro de 2013 até a atualidade, sendo ela a primeira mulher prefeita da história do município de Maiquinique, eleita com 50,88 % dos votos válidos, em umas das disputas mais acirradas do estado da Bahia, nas eleições de 07 de outubro de 2012.


O décimo quinto prefeito é Jesulino de Souza Porto, no mandato que começou dia 1° de Janeiro de 2017 e vai até 31 de dezembro de 2020.



 A primeira casa construída, foi por um senhor conhecido na época como Henrique Queixada de Teiú.
• O primeiro professor: o Senhor Avelar.
• O primeiro policial: o PM conhecido como Batista.
• O primeiro médico: o Dr.Luiz Viera Dantas.
• O primeiro carro: um JEEP DKV VEMAG do senhor Augusto Fagundes.
• A primeira rua, foi a Tertulino Silveira Lima , antes chamada Sangra Galo, nome este colocado pelo Senhor João Arantes, morador da rua na época.
• A primeira escola construída: o Grupo Escolar Eurico Gaspar Dutra, em 1948.
• A segunda escola: o Grupo Escolar Simões Filho, em 1965.
• A terceira escola: o Grupo Escolar Edivaldo Flores, em 1969.
• A Escola Nelson José de Oliveira foi construída em 18 de outubro de 1970, inicialmente, localizada na antiga Praça da Bandeira, hoje Praça Willian Faria Valadão, e depois transferida para o Bairro Bela Vista.
• A Escola Infantil Magda Vieira Dantas, foi construída em 1976, e reconstruída com nome de Creche Lar da Esperança em 30 de Setembro de 1990.
• O Centro Educacional Municipal Nataniel Souza Silveira foi construído em 1981.
A Escola Laura Rocha foi construída em 1998.
• A primeira igreja a ser construída em Maiquinique foi a Igreja Batista, na Rua 7 de Setembro, n° 10, em 13 de outubro de 1943.
• A igreja Católica passou a ser Paróquia em 1963.
• A estrada Maiquinique ao Mangerona foi construída em 1968.
• A energia elétrica veio em 1969.
• A primeira agênia bancária foi o Banco Real em 1976. Depois, veio o Banco Baneb, em 20 de junho de 1981, onde atualmente funciona o Banco do Bradesco.
A Fundação Laura Rocha, primeira instituição de apoio a comunidade carente foi fundada em 2007.
• A Embasa foi construída em 1976.
• A empresa Leite Gloria (hoje, Valedourado) chegou em Maiquinique em 1974. Atualmente, está fechada.
• A energia elétrica para o Distrito de Pouso Alegre, pertencente à Maiquinique, veio em 1981.
• A Empresa de calçados Azaleia chegou em 20 de setembro de 1998 (hoje fechada em toda a região). Atualmente, no mesmo local, funciona a Empresa Renata Melo.


GEOGRAFIA

Limites do município

Ao Norte: Itapetinga
Ao Sul: Jordânia
Ao Leste: Itarantim
Ao Oeste: Macarani

HIDROGRAFIA

   O município é banhado pelos rios: Maiquinique, Piabanha, e pequenos córregos tais como: Palmeira, Esperança e Ingazeira. Pode-se incluir também os rios: Alegria, Cana Brava e Ribeirão do Salto.

Estradas com ligação ao município

Maiquinique - Itapetinga
Maiquinique - Macarani
Maiquinique - Itarantim
Maiquinique - Pouso Alegre
Maiquinique - Jordânia
                 (pt.wikipedia.org/wiki/Maiquinique‎)




Referências
1. ↑ a b Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
2. ↑ IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 5 dez. 2010.
3. ↑ a b Censo Populacional 2010. Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (29 de novembro de 2010). Página visitada em 11 de dezembro de 2010.
4. ↑ Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil. Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (2000). Página visitada em 11 de outubro de 2008.
5. ↑ a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Página visitada em 11 dez. 2010.